O dízimo na Igreja Católica é uma expressão concreta de gratidão e corresponsabilidade. Muito mais que uma simples contribuição financeira, o dízimo é um ato de fé que simboliza o reconhecimento de que tudo o que temos é dom de Deus. Ao ofertarmos parte de nossos bens, participamos da vida e da missão da Igreja, tornando-nos verdadeiros discípulos missionários.
A dimensão religiosa do dízimo está enraizada no relacionamento do fiel com Deus. Ao devolvermos parte do que recebemos, professamos nossa confiança na providência divina e expressamos nossa obediência ao ensinamento bíblico. O dízimo é, portanto, um gesto de adoração e santificação do trabalho e dos frutos recebidos, oferecidos com alegria e fé no altar do Senhor.
Na dimensão eclesial, o dízimo fortalece a estrutura e o funcionamento da comunidade paroquial. Com ele, a paróquia mantém suas atividades pastorais, formações, celebrações, manutenção dos espaços sagrados e ações de evangelização. Cada fiel que contribui torna-se um verdadeiro cofundador da Igreja local, sustentando espiritualmente e materialmente a vida comunitária.
A dimensão missionária do dízimo amplia a ação evangelizadora da Igreja para além das fronteiras físicas da paróquia. Ele ajuda a manter ações missionárias, sustentando comunidades mais pobres, apoiando novas frentes de evangelização e iniciativas da Igreja que buscam levar o Evangelho onde ele ainda não foi plenamente anunciado.
Já a dimensão caritativa manifesta o amor ao próximo. Parte dos recursos do dízimo é destinada a obras sociais, amparo aos necessitados, apoio a famílias em vulnerabilidade e ações concretas de solidariedade cristã. Assim, o dízimo transforma-se em gesto de misericórdia, promovendo a dignidade humana à luz do Evangelho.

Dar o dízimo, portanto, é comprometer-se com a missão da Igreja. É sair da lógica do consumo e entrar na lógica da comunhão. Não se trata de “ajudar a Igreja”, mas de ser Igreja, de fazer parte ativamente da sua missão evangelizadora e pastoral com os dons que Deus nos concedeu.
O dízimo é também instrumento de educação da fé. Ele forma o coração do fiel na generosidade, no desapego e no amor concreto. Ensinamos nossas crianças e jovens a partilhar, a viver a fé com compromisso, e a perceber que tudo o que recebemos é graça, é bênção, é dom.
É importante lembrar que o dízimo deve ser dado com liberdade e responsabilidade. Não é imposto, não é cobrança, mas sim uma resposta de amor. Cada um contribui conforme sua consciência, suas possibilidades e sua fé, sem constrangimento ou obrigação, mas com alegria e espírito de partilha.
Ao sermos dizimistas, participamos ativamente da construção de uma Igreja viva, acolhedora e missionária. Nosso gesto individual, somado ao dos irmãos da comunidade, se transforma em força transformadora, sustentando projetos que tocam vidas, que evangelizam, que cuidam, que alimentam o corpo e a alma.
Por isso, ao pensar no dízimo, pense no quanto você ama sua Igreja. Pense na fé que recebeu, nos sacramentos que vivenciou, nas pessoas que encontrou, no bem que a comunidade já lhe fez. O dízimo é mais do que contribuição: é testemunho, é compromisso e é amor em ação.