
Neste final de semana, dias 5 e 6 de abril, cerca de duas mil pessoas participaram do Retiro Quaresmal com o Bispo Diocesano Dom Amilton Manoel da Silva, promovido em dois decanatos da Diocese de Guarapuava.
No sábado (5), o encontro aconteceu no Santuário do Passo da Reserva, em Reserva do Iguaçu, reunindo aproximadamente 800 fiéis do Decanato Pinhão. No domingo (6), foi a vez da Paróquia Sant’Ana e São Joaquim, na cidade de Pitanga, acolher cerca de 1.200 participantes do Decanato Pitanga.
Com o tema “Eucaristia e Esperança: alimentos necessários na comunidade cristã”, o retiro foi marcado por intensos momentos de oração, reflexão e partilha. Nas quatro edições realizadas nos decanatos da diocese, o encontro reuniu, ao todo, cerca de 3.600 pessoas.
“A proposta foi bem acolhida pelos padres e pelo povo. As lideranças que participaram levarão o conteúdo às suas paróquias, matrizes, capelas e setores. O objetivo é fortalecer os missionários e missionárias que, ao longo do ano, farão visitas. Mas não só isso: trata-se de fortalecer o espírito comunitário e a certeza de que é o amor de Deus que nos une, que nos sustenta, e que a nossa causa é Jesus Cristo, é o Evangelho, é a construção do Reino de Deus”, afirmou Dom Amilton.

O retiro foi estruturado com duas palestras: pela manhã, o bispo falou sobre a Eucaristia e, à tarde, refletiu sobre o tema da Esperança. A programação contou ainda com leitura orante da Palavra, adoração ao Santíssimo Sacramento, Santa Missa, celebração da cruz, além de momentos de oração e testemunhos missionários.
Um dos pontos altos do retiro foi a dinâmica da confecção do pão, apresentada por Dom Amilton em todos os encontros. Com simplicidade e profundidade, o bispo comparou os ingredientes do pão à vida cristã:

“O fermento faz o pão crescer e traz leveza. Nós, como fermento, damos leveza à Igreja. A farinha representa os muitos grãos que formam o todo: juntos, fazemos a Igreja. O açúcar é a ternura de Deus — precisamos ser doces no nosso dia a dia. A água une, dá liga, como os dons diversos que devemos colocar a serviço, unidos. O sal é o cristão que tempera o mundo com os valores do Evangelho. E todos esses ingredientes, juntos, se tornam o pão, que precisa ser partilhado”, explicou Dom Amilton.
Testemunhos de fé e missão
Durante os retiros, missionários tiveram espaço para partilhar experiências vividas durante as visitas às famílias. Os relatos emocionaram e testemunharam o poder transformador da missão. Houve quem revelou que vidas foram salvas. Pessoas que haviam desistido de viver e, a visita dos missionários, algumas em momentos cruciais, salvou-as.
Outros testemunhos demonstraram que as visitas tiraram muitas pessoas da solidão, da depressão, devolvendo para muitas o sentido da vida, a vontade de voltar ao convívio da comunidade, tudo isso por meio do acolhimento missionário. Muitos ainda disseram que “saíram para evangelizar e voltaram evangelizados”.
Entre os testemunhos, o de dona Linei, de Reserva do Iguaçu, comoveu os participantes. Mesmo com deficiência visual, ela visitou mais de 100 casas em sua comunidade.
“Eu me senti muito feliz com as visitas, porque prometi a Deus que, mesmo com deficiência, nunca deixaria de fazer algo por Ele. Tudo o que faço é para a honra e glória de Jesus, em agradecimento por tudo o que Ele tem feito por mim — por me capacitar, mesmo sem enxergar”, afirmou emocionada.
E completou com fé: “Há pessoas que perdem a esperança e a vontade de viver. Eu, pelo contrário, agradeço a Deus por cada minuto da minha vida. Veio a deficiência, mas não importa se se perde uma perna, um braço ou a visão. A gente nunca deve perder a esperança. Deus capacita. Basta se colocar nas mãos Dele. Somos instrumentos nas mãos de Deus.”
Celebração da Cruz e compromisso com a Casa Comum
Outro momento marcante foi a Celebração da Cruz, em que cada paróquia recebeu uma cruz jubilar, símbolo da unidade e da caminhada diocesana. As cruzes foram levadas às paróquias para inspirar o espírito de missão e comunhão em cada comunidade.
Em Reserva do Iguaçu, o retiro encerrou com uma oração especial, no portal de entrada do santuário, em defesa do meio ambiente e das fontes naturais presentes no local, ameaçadas por um projeto de construção de uma usina.

“O local está ameaçado, e tudo pode desaparecer. Queremos o progresso para o nosso povo, mas também queremos a conservação da natureza, da nossa Casa Comum, como nos lembra a Campanha da Fraternidade e a Laudato Si’ do Papa Francisco. Tudo está interligado. Cuidar da criação é cuidar da vida e do ser humano. Deus contemplou tudo com amor e viu que era muito bom. Vamos continuar protegendo e cuidando da natureza”, exortou Dom Amilton.
Agradecimento final
Dom Amilton também expressou sua gratidão a todos que colaboraram com os retiros:
“Gratidão aos padres pela acolhida e apoio; às equipes que, com alegria, organizaram cada momento; e, de modo especial, aos nossos seminaristas — do propedêutico e da filosofia — e seus formadores, que coordenaram os cantos, a liturgia e as dinâmicas espirituais. Deus seja louvado por tudo!”
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