
A Paróquia Divino Espírito Santo, em Guarapuava, se prepara para um momento de grande alegria e emoção, a Ordenação Presbiteral do diácono Pablino Torres Britez, religioso da Congregação dos Sagrados Estigmas de Nosso Senhor Jesus Cristo (Estigmatinos). A celebração será presidida por Dom Amilton Manoel da Silva, bispo diocesano, na sexta-feira, dia 21 de novembro, às 19h.
Natural do Paraguai, Pablino descobriu sua vocação de forma inesperada. “Foi num retiro em que participei acompanhando meu sobrinho. Ele estava numa fase de rebeldia, como todo adolescente, e iam mandá-lo para o retiro, mas a pessoa que o levaria, por problemas familiares, não pôde ir. Eu não planejava ir, mas Deus já tinha planos para mim. Fui! Os dias no retiro mexeram muito comigo — diferente do meu sobrinho. No último dia do retiro, durante a missa, senti fortemente o chamado”, recorda. Esse momento simples e providencial foi o início de um caminho que o levou a deixar sua terra natal para servir à Igreja no Brasil.

No Paraguai, Pablino morava em San Alberto, Alto Paraná, e seus pais em Villeta, Assunção. Um dia, ao visitar os pais, ele conheceu o padre Cléber Cardozo, também estigmatino, por meio de quem foi apresentado à congregação e iniciou o discernimento. “Minha família sempre me apoiou, mesmo se surpreendendo no início. Sem eles, eu não estaria aqui”, afirma.
Em 2013, aos 38 anos, ingressou no seminário, conduzido pelo padre Valmir Cassim, superior dos Estigmatinos no Paraguai. “Passei por muitas situações e crise na etapa formativa e meus pais foram sempre o meu suporte em tudo. A comunidade também me ajudou muito neste processo de formação. Só gratidão a todos os Villetanos!”
O percurso formativo foi longo e marcado por superação. “Estava há 25 anos sem estudar. Recomecei o ensino médio, recebi menção de honra e, depois, concluí o curso de Filosofia com os jesuítas, na Faculdade San Francisco Javier, em Assunção. Não foi fácil, pois, durante os três anos de Filosofia, eu precisava levantar às 3h30, pegar o ônibus para chegar à faculdade e voltava por volta das 14h30. Nesse período, eu morava em uma paróquia e também ajudava nas atividades pastorais. Não foi fácil encontrar tempo para estudar na etapa formativa da Filosofia no Paraguai. Foi um tempo exigente, mas de muito crescimento”, conta.

Em 2019, Pablino veio para o Brasil, para a etapa formativa do noviciado que durou um ano. “Estando ainda no noviciado fiz o vestibular para entrar na Faculdade de Teologia na PUC-SP, na qual passei de primeira. Começando a Teologia, nos primeiros meses veio a pandemia e tivemos que ficar fechados por dois anos. Nesse período tivemos aulas virtual. Passado a pandemia tivemos dois anos de aula presencial. Fiz meu TCC, com o tema ‘Eclesiologia e missão no Pontificado do Papa Francisco‘, relatou.
O futuro padre destaca o carinho com que foi acolhido pelos brasileiros, especialmente em Guarapuava. “Para mim, foi muito bom fazer essa experiência de estudar em outro país, de me desafiar ao novo, de conhecer outras culturas e de me inculturar. Sinto-me bem acolhido em todos os lugares por onde passei a trabalhar pastoralmente no Brasil. Só gratidão! Aqui em Guarapuava, sinto-me em casa. Amo o povo e o clima desta cidade. Deus me conduziu até aqui, e me sinto abençoado por servir nesta paróquia com o padre Agripino, que foi meu colega de seminário”, diz, com gratidão.

Pablino foi ordenado diácono em 19 de março do ano de 2024, em Corumbataí SP. “Ordenei-me no dia de São José, na paroquia São José.”
O lema escolhido para sua ordenação sacerdotal é “Amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei” (Jo 15,12). “Deus nos amou primeiro e nos chama a corresponder a esse amor gratuito. O chamado de Deus chega no momento menos esperado, e depende de nós aceitar o convite”, afirma Pablino, com serenidade e fé madura.
Sobre o futuro, ele diz deixar tudo nas mãos de Deus. “Gostaria muito de permanecer em Guarapuava, mas isso não depende de mim. Que o Espírito Santo seja o meu guia. Tudo pelo bem da Santa Igreja Católica.”

Vocações
Pablino lembra que rezar pelas vocações é muito importante. “Rezar em família, despertar as vocações que estão adormecidas, ‘dar uma cutucada’. Há muitas vocações que precisam de uma forcinha para aparecer. Vejo a importância das famílias em despertar as vocações de que a Santa Igreja tanto precisa. É preciso cuidar das vocações que estão surgindo em nossos seminários, ter um olhar compassivo, misericordioso — o olhar de Jesus. As vocações precisam ser trabalhadas, lapidadas, como o ouro que passa pelo fogo. A Santa Igreja não deve cessar de rezar por santas vocações.”

Ao falar aos jovens que sentem o chamado, o diácono faz um apelo: “Não tenham medo de dizer sim ao Senhor. O medo faz parte, mas é a coragem de enfrentá-lo que transforma a vida. Deus chama cada um no seu tempo. ‘Antes que te formasse no ventre, eu já te conhecia’ (Jr 1,5). Coragem!”
A celebração da ordenação promete reunir fiéis da comunidade, religiosos, familiares e amigos, marcando um novo capítulo na vida de fé e missão do diácono Pablino Torres Britez, que agora se tornará sacerdote para sempre, a serviço da Igreja e do povo de Deus.





