No dia 6 de outubro de 2024, os brasileiros deverão ir às urnas para escolher os prefeitos e vereadores que tomarão posse no começo de janeiro e permanecerão nos cargos até dezembro de 2028. Durante as eleições, é comum os eleitores ficarem em dúvida sobre o papel da Igreja Católica durante o processo de escolhas dos candidatos. Para esclarecer algumas questões, o Regional Sul 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) publica, a cada dois anos, uma cartilha com orientações aos fiéis, a partir dos princípios cristãos. Na diocese de Guarapuava, a Cartilha de Orientação Política 2024 estará disponível em todas as secretarias paroquiais a partir do mês de julho.
O tema escolhido para a edição de 2024 foi “A esperança não decepciona” (Rm 5,5). Dom Geremias Steinmetz, arcebispo de Londrina (PR) e presidente da CNBB Sul 2, em sua apresentação na Cartilha, explicou que a escolha do tema veio do Catecismo da Igreja Católica, onde diz que “a virtude da esperança responde à aspiração de felicidade colocada por Deus no coração de todo homem”. Segundo dom Geremias, “precisamos escolher os candidatos que sejam pessoas com propostas concretas para responder a esse anseio de felicidade do coração humano e que façam valer um dos princípios fundamentais da política, que é o bem comum”.
Além das instruções básicas sobre o processo eleitoral e algumas noções básicas sobre a política, a Cartilha conta com algumas explicações sobre a visão da Igreja Católica a respeito do tema. O destaque vai para o projeto “Economia de Francisco e Clara”, elaborado pelo Papa Francisco para colocar a “doutrina social da Igreja em movimento” e as palavras de diversos Papas sobre a política.
Confira alguns assuntos importantes abordados na Cartilha:
Fake News (notícias falsas)
Durante o período eleitoral, a quantidade de notícias falsas espalhadas pela internet, principalmente pelo WhatsApp e pelas redes sociais, como o Instagram e o Facebook, tende a aumentar consideravelmente. Para identificar as notícias falsas é importante prestar atenção em alguns detalhes:
- Fonte da informação: verifique em qual site a notícia foi publicada, se tem um autor e qual é a data de publicação. É importante notar que para que uma notícia pareça verdadeira, os fraudadores podem inventar nomes de autores para criar uma falsa impressão de legitimidade.
- Leia a matéria completa: não confie somente no título, ainda mais se for sensacionalista.
- Senso crítico: questione-se de o porquê dessa notícia chegar até você e se convém compartilhá-la. Se tiver dúvidas quanto à veracidade, NÃO COMPARTILHE.
Urna eletrônica
O Brasil utiliza a urna eletrônica há 26 anos, e é um exemplo de modernidade e eficiência até mesmo em outros países. Isso se dá por muitos motivos, incluindo a transparência de seu funcionamento e a liberdade para que as pessoas questionem e duvidem de sua segurança. Assim, a cada ano, ela é aprimorada cada vez mais. Algumas considerações sobre a urna:
- Os resultados podem ser auditados pelos candidatos, partidos políticos, pelo Ministério Público, pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e até mesmo pelos eleitores.
- Ela não está conectada à internet, então não pode ser hackeada.
- Os votos são registrados em três cartões de memória, com informações sobre os eleitores e os candidatos.
- Quando a votação é encerrada, a urna imprime o boletim de urna (BU) que contém a quantidade de votos que cada candidato recebeu. Essas informações são fixadas na porta da seção antes da transmissão e podem ser conferidas por qualquer pessoa.