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Sínodo dos Bispos 10 – Formando-nos em Sinodalidade

Ao longo de um ano a diocese de Guarapuava publicou, a cada mês, a síntese das respostas de cada pergunta realizada durante os trabalhos de escuta do Sínodo dos Bispos, convocado pelo Papa Francisco. Em agosto, apresentamos as conclusões da última pergunta, sobre a formação em Sinodalidade. Como estamos aprendendo a caminhar juntos, a ouvir uns aos outros e engajar no diálogo?


Síntese da Questão 10 – Formando-nos em Sinodalidade

Percebe-se que é necessário um maior incentivo à formação, pois ela garante o vínculo da comunidade e deveria ser mais profunda e contínua. O investimento é baixo e muitas lideranças deixam a desejar pela falta de formação pessoal. A escuta e diálogo com a comunidade ainda são incipientes e carecem de uma formação humana que permita a escuta e o diálogo com empatia e respeito.
Foi relatado que a sobrecarga de responsabilidade paroquiais dificulta que nossos sacerdotes se dediquem mais à formação da comunidade e de si mesmos. Dentre as sugestões para a formação está a realização de formações abertas para todos os membros da paróquia, mesmo que não pertençam a uma pastoral ou movimento específico, possibilitando, assim, uma formação contínua e ampla, acolhendo todos que desejarem crescer na fé e ouvindo a opinião de todos.
São necessários momentos de escuta para os participantes das comunidades: religiosos, coordenações de pastorais e movimentos e os demais fiéis. Há uma carência no aspecto formativo por falta de planejamento e falta de comprometimento dos membros. Existem muitos movimentos caminhando sozinhos, sem interação com os demais. Há um esforço por parte das lideranças, mas precisa-se de formação que leve à atitude de unidade para que pastorais e movimentos conheçam todos os carismas e, em unidade, caminhem juntos.
Muitos ainda têm receios ou não querem assumir as lideranças, porém mesmo assim as pastorais estão se empenhando na caminhada, como a catequese, por exemplo. Além disso, existe muita divisão entre as pessoas (famosa panelinha). É preciso voltar nosso olhar para aqueles que estão fora. Escutar é necessário para que se caminhe na mesma direção com os mesmos princípios e objetivos e dar testemunho de cristãos autênticos.
Não é fácil colocar em prática a sinodalidade, porque requer colocar-se em processo de escuta. A consciência do caminhar juntos não atinge a todos, o diálogo é difícil. Torna-se urgente o investimento em formações constantes nas mais diversas pastorais e movimentos.
É necessária uma incansável formação em busca do bem comum, superando os obstáculos do egoísmo, soberba dos grupos, disputa de poder e status, que impede a renovação das lideranças. Por outro lado, o povo de Deus não demonstra interesse, e não encontra tempo para as obras de Deus.
Também oferecer mais formações para as lideranças ou membros da comunidade com perfil para repassar informações claras sobre as diretrizes na Igreja, respeitando o grau de conhecimento científico de todos, a começar pelos analfabetos até os mais graduados, não esquecendo que a sabedoria é nata, mas precisa ser orientada para não causar desencontros. Para isso, o diálogo deve ser o ponto principal, não monólogos, o que é bem comum.
Além disso, percebe-se a necessidade do planejamento pastoral para um trabalho mais eficiente. As pessoas estão cada vez mais distantes da Igreja por conta da pandemia. Existe a necessidade de retomar a formação/capacitação de líderes religiosos. Como sugestão: realização de assembleias para que todos tenham a oportunidade de falar e discutir a caminhada da Igreja.
Quando se pensa em caminhar juntos é preciso lembrar de acolher de verdade e escutar mais do que falar. Priorizando o diálogo, esses caminhos nos ajudarão a crescer na sinodalidade. É necessário divulgar mais os projetos sociais/espirituais e os carismas de cada pastoral e movimento. Cabe aos líderes motivar o povo para que não desanimem e permaneçam na fé como Igreja viva, abrindo mais espaço para as crianças e jovens. Entrementes, há em algumas paróquias celebrações com indígenas e quilombolas que celebram de acordo com suas culturas. Faz-se necessário uma atenção especial a estes povos quanto à formação na infância, adolescência, juventude e fase adulta.
Outrossim, uma questão determinante na vida da comunidade diz respeito à formação de sucessores nos cargos de lideranças da paróquia. A comunidade precisa de renovação, novas ideias, novo ardor, com homilias bem elaboradas pelo clero. Dar maior atenção à formação dos seminaristas para que sejam verdadeiros pastores e não profissionais, além de uma maior unidade entre as Paróquias e a Mitra Diocesana.
A ação evangelizadora precisa olhar as Paróquias de um modo geral de como funcionam as pastorais. Tem Paróquia que não tem a Pastoral da Juventude, por exemplo. Isto torna mais difícil incluir a juventude na Igreja, principalmente se tratando de pequenas comunidades rurais, onde há muita acomodação, falta de interesse, empenho e até mesmo coragem. Portanto, é urgente uma presença mais efetiva dos sacerdotes nas comunidades e famílias, bem como em alguns eventos sociais da paróquia.

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