Celebramos hoje o dia da Bíblia.
Na 1ª leitura (Nm 11,25-29), vemos que a Palavra não é monopólio de ninguém. Moisés, já idoso, sente-se incapaz de continuar dirigindo o povo. O Senhor lhe propõe a escolher 70 anciãos que, depois de ungidos pelo Espírito, o ajudariam nessa tarefa. Ele assim fez, mas eles não continuaram. E dois, que não estavam no grupo, começaram a profetizar. Josué pede que se calem, mas Moisés se alegra com o fato, em compartilhar com outros a sua responsabilidade. O perigo é querer fazer tudo sozinho, ou pior, não dar vez a ninguém. Qual tem sido a nossa atitude na comunidade: queremos fazer tudo sozinho (como Moisés), ou pelo ciúme (como Josué), buscamos impedir o trabalho de quem não for do “grupo”?
Na 2ª leitura (Tg 5,1-6), Tiago denuncia o acúmulo de riquezas de alguns, à custa da miséria de muitos.
O Evangelho (Mc 9,38-43.45.47-48) mostra que ninguém tem o monopólio de Cristo. Os apóstolos não conseguem expulsar o espírito mudo de uma pessoa, mas uma pessoa “fora” do grupo consegue, em nome de Jesus. Os discípulos, aborrecidos, manifestam sua insatisfação. Jesus rejeita o exclusivismo. As leituras lembram que a Palavra de Deus e o nome de Jesus não são monopólios de ninguém. Mais do que pertencer ao grupo de Cristo, o importante é estar “em sintonia” com Jesus. Não “escandalizar” os pequenos lembra a atitude que as pessoas e as comunidades devem ter para com os pobres, os que falharam, os marginalizados pela sociedade…
Na Igreja devem existir servidores, porque “os donos” não estão servindo à comunidade, mas a si mesmos, a seu orgulho, a sua vaidade… Sentimo-nos “donos” ou instrumentos da Palavra de Deus?
Bom domingo!
Deus te abençoe +