
Neste dia 17 de dezembro, Dom Amilton Manoel da Silva, bispo diocesano, celebra seus 25 anos de ordenação presbiteral. Um jubileu que recorda não apenas a data da ordenação como sacerdote, mas toda a caminhada fiel junto à Igreja e ao povo de Deus.
A vocação de Dom Amilton amadureceu no carisma da Congregação da Paixão de Jesus Cristo (Passionistas), na qual ingressou em 1991, aos 27 anos de idade, em Osasco SP. A espiritualidade da Paixão de Cristo, que o acompanhou desde a formação inicial, tornou-se a base de sua vida presbiteral e episcopal, moldando um pastor atento à dor humana, próximo dos sofredores e profundamente comprometido com a missão.
Como seminarista, sua formação acadêmica incluiu o curso de Filosofia na Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba, entre 1992 e 1995, e o curso de Teologia no Instituto Teológico São Paulo (ITESP), de 1997 a 2000.
No ano 2000, aos 37 anos, Dom Amilton foi ordenado sacerdote por Dom Luciano Mendes de Almeida (in memoriam), Arcebispo de Mariana (MG) — um momento que marcou definitivamente sua entrega ao ministério presbiteral da Igreja.

Ao longo de sua caminhada como presbítero passionista, Dom Amilton exerceu diversas missões de destaque, sempre unindo formação, espiritualidade e serviço pastoral. Foi coordenador da equipe de espiritualidade da família passionista do Brasil, entre 2002 e 2009, e secretário dos superiores maiores passionistas da América Latina, de 2004 a 2007.
Na Província do Calvário, atuou como vigário paroquial das paróquias Nossa Senhora do Rosário e Santa Teresinha de Lisieux, em Colombo (PR), entre 2001 e 2007. Dedicou-se também à formação religiosa, sendo formador dos postulantes (2001 a 2003) e mestre dos noviços (2004 a 2012), acompanhando de perto o discernimento vocacional de inúmeros jovens. Exerceu ainda as funções de conselheiro provincial (2009 a 2011) e superior provincial (2012 a 2017), além de ter sido pároco da Paróquia São Paulo da Cruz, em São Paulo (SP), no primeiro semestre de 2017, e membro da secretaria de formação do Conselho Geral dos Passionistas, de 2014 a 2017.
Sua formação ainda contempla bacharelado e licenciatura em Filosofia, História e Psicologia, além de especialização em formação humana, espiritualidade, liturgia e parapsicologia.
Toda essa rica trajetória presbiteral o conduziu ao episcopado quando, em agosto de 2017, Dom Amilton foi nomeado bispo, exercendo hoje o ministério como bispo diocesano de Guarapuava.
Neste domingo, 21 de dezembro, às 19h, você é convidado para a Missa de Ação de Graças pelos 25 anos de sacerdócio de Dom Amilton, na Catedral Nossa Senhora de Belém.

Que Deus, por intercessão de São Paulo da Cruz, fundador dos Passionistas, e de Nossa Senhora de Belém, padroeira da diocese, continue abençoando Dom Amilton Manoel da Silva, fortalecendo-o em sua missão episcopal e renovando diariamente a alegria do sacerdócio, para que siga sendo sinal de esperança, misericórdia e amor no coração da Diocese de Guarapuava.
“Se mil vezes eu nascesse, mil vezes eu seria padre”: um testemunho de amor a Deus e à Igreja

Ao celebrar 25 anos de ordenação presbiteral, neste 17 de dezembro, Dom Amilton Manoel da Silva partilha, com simplicidade e profundidade, um testemunho que revela uma vocação amadurecida na dor, na fé e no amor à Igreja. Em um texto pessoal publicado em suas redes sociais, o bispo diocesano de Guarapuava recorda que o desejo pelo sacerdócio esteve presente desde a infância.
“Caçula de sete irmãos, desde pequeno eu dizia que queria ser padre”, escreve Dom Amilton, recordando as missas improvisadas no quintal de casa e as respostas dadas na escola quando perguntado sobre o futuro. Ainda muito jovem, aos 11 anos, começou a aprender que “a vida é uma escola de dor e de amor, é cruz e Páscoa”, ao cuidar da mãe enferma e, depois, do pai.
As perdas familiares marcaram profundamente sua história. Aos 17 anos, perdeu a mãe; aos 26, o pai. No ano seguinte, aos 27 anos, ingressou no seminário passionista, em Osasco (SP), iniciando a etapa do propedêutico. “Desafios? Muitos!”, reconhece. Mas, segundo ele, a força de Deus, a convicção vocacional, a devoção a Nossa Senhora e as orações de tantas pessoas o sustentaram ao longo dos 10 anos de formação, vividos entre São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte e novamente São Paulo.
A Ordenação Diaconal aconteceu em maio de 2000, e, poucos meses depois, veio o dia tão esperado: a Ordenação Presbiteral, em 17 de dezembro de 2000, aos 37 anos de idade. Dom Amilton recorda com emoção a celebração presidida por Dom Luciano Mendes de Almeida, por quem nutria profunda admiração. “Chorei em vários momentos da celebração. Dom Luciano, em alguns momentos, chorou comigo e perguntava: ‘Você chora de alegria?’ Eu respondia: ‘Sim!’ E ele dizia: ‘Então pode chorar!’”.
A memória da mãe esteve fortemente presente naquele dia. “O sonho da minha mãe era me ver padre”, escreve. Mesmo já falecida, Dom Amilton sentiu sua presença espiritual durante toda a celebração. Foi com ela que aprendeu a fé, o amor à Igreja, ao Sagrado Coração de Jesus, à Nossa Senhora, as primeiras orações e o valor do Rosário. “Quantos terços rezamos juntos…”, recorda.
Do pai, cuidado por ele durante nove anos, Dom Amilton guarda outro ensinamento essencial: o do serviço gratuito e alegre. “Aprendi que o amor pode ser universalizado, o que resulta em vocação, missão e sacerdócio”, afirma. Pouco antes da morte do pai, fez-lhe um pedido marcante: que rezasse por ele, já que ingressaria no seminário. Mesmo debilitado, o pai confirmou a promessa com um leve movimento dos olhos.
Passados 25 anos, Dom Amilton afirma conservar com vigilância as palavras de Dom Luciano: “Viva seu sacerdócio a cada dia, com intenso amor, como se fosse seu primeiro, seu único e último dia nesta terra”. É esse conselho que ele busca viver, mesmo em meio aos desafios, sem se deixar vencer pelo desânimo.
Com humildade, reconhece-se pequeno diante da missão assumida. “Sempre me senti pequeno demais frente à missão que abracei”, escreve, reafirmando sua postura de discípulo e servo. Seu lema sacerdotal — “Sei em quem acreditei” — continua sendo força e sustento em cada passo.
Para Dom Amilton, ser padre e ser bispo nunca foi questão de dignidade, mas sinal de um Deus que ama, se entrega e capacita para o serviço. Por isso, inspira-se na simbologia da vela: “consumir-me por Deus iluminando”. E afirma, com convicção: “Se mil vezes eu nascesse, mil vezes eu seria padre!”.
Neste jubileu de prata, unido a Maria, Dom Amilton entoa o Magnificat, agradecendo pelas maravilhas que Deus realizou ao longo de sua vida. E, com São Paulo da Cruz, resume sua caminhada:
“Não me sinto senão um milagre da misericórdia divina, um punhado de barro, nas mãos de Deus que Ele modela como deseja”.
Uma história marcada pela fé, pela dor transformada em amor e por uma entrega total à missão, que segue sendo vivida com gratidão, alegria e fidelidade ao chamado de Deus.





