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Cáritas avança para nova fase de resposta humanitária a vítimas de tornados no Paraná

Após um mês de trabalhos e de mapeamento das necessidades das populações atingidas pelos tornados que devastaram parte do interior do Paraná, a Cáritas Brasileira Regional Paraná avança para a segunda etapa de sua atuação emergencial. Com as necessidades mais básicas, como alimentação e água, sendo supridas pela Defesa Civil e órgãos estatais, a Cáritas direciona sua força de trabalho a ações de médio prazo para garantir que a dignidade dos moradores seja preservada durante o longo processo de recuperação da cidade.

Dando sequência às visitas em campo em Rio Bonito do Iguaçu e cidades vizinhas, a estratégia se expande com a contratação de uma equipe especializada e se divide em três eixos de financiamento e atuação, sendo eles: a gestão pública de um abrigo em Rio Bonito do Iguaçu, a realização de um censo ampliado e a reconstrução do município.

Gestão do Alojamento Provisório

Em parceria com a Prefeitura de Rio Bonito do Iguaçu e com recursos repassados pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS), a Cáritas Paraná foi contratada para realizar a cogestão de um alojamento provisório destinado às pessoas que perderam suas casas.

Diferente de um abrigo comum, o alojamento vai contar com uma equipe multidisciplinar dedicada exclusivamente ao bem-estar dos moradores. 

“Para esta operação, a Cáritas está finalizando a contração, por meio dos recursos do MDS, de uma equipe composta por um Coordenador de Alojamento, Assistente Social, Psicólogo e quatro Educadores Sociais que trabalharão diurna e noturnamente”, conta Iris Montezano, assistente de projetos da Cáritas Paraná.

A composição desta equipe foi planificada, segundo Montezano, depois de os agentes Cáritas na região avaliarem as urgências materiais e também imateriais das pessoas atendidas. “Muitas perderam seus bens e suas casas, mas também parentes, amigos e animais, assim como a sensação de segurança física e financeira. O alojamento vai contar, portanto, com profissionais que vão realizar um acompanhamento psicossocial adequado para preservar a dignidade e recuperar o acesso da população atingida aos seus direitos”, conta.

Com isso em mente, o contrato prevê atuação contínua enquanto houver necessidade de abrigamento para a população afetada, com renovação de 30 em 30 dias.

Balanço da Campanha Solidária da CNBB 

A solidariedade de pessoas no Brasil e no mundo resultou em números expressivos —a campanha conduzida pela Cáritas Diocesana Guarapuava e pela CNBB Sul 2 (Paraná) arrecadou mais de R$ 4 milhões e meio via PIX.

Este montante está sendo gerido com foco na reconstrução das moradias e na recuperação da infraestrutura de vida das famílias.

“É uma gratidão imensa que temos por todos e todas os brasileiros que olharam para o Paraná nesse momento tão difícil e se propuseram a ajudar. Cada prece, cada mensagem de carinho e cada centavo estão sendo essenciais neste momento”, agradece Marcia Ponce, secretária executiva da Cáritas Paraná. “Nossa equipe e nossos parceiros estamos trabalhando incessantemente para que esses recursos atendam da melhor forma a população”.

Apoio da Iniciativa Privada e Mapeamento Regional 

Além do recurso público, a Cáritas Paraná recebeu um aporte de R$ 100 mil da empresa privada Axia Energia (antiga Eletrobras). Parte deste valor será investido em bolsas para cinco voluntários, moradores da própria região atingida, para que realizem um censo detalhado das necessidades da população nos territórios de Rio Bonito do Iguaçu e locais próximos que também foram profundamente atingidos, como os municípios de Turvo, Goioxim e Porto Barreiro, além dos assentamentos do MST ao redor.

O saldo remanescente deste recurso privado será destinado à compra de bens duráveis identificados como prioritários no mapeamento, como itens de linha branca (geladeiras, fogões), móveis (guarda-roupas, camas) e materiais de construção.

Cooperação com a Organização das Nações Unidas e Itaipu Binacional

A atuação conta com o apoio da Agência da ONU para Refugiados (Acnur) e da Organização Internacional para as Migrações (OIM), que colaboraram na coordenação de emergências e na gestão de abrigos temporários junto à Força Nacional do Sistema Único de Assistência Social (Suas), e enviou grupos de especialistas para a resposta imediata da crise.

Paralelamente, a equipe do ACNUR segue prestando apoio ao Governo do Paraná no atendimento direto às vítimas. A agência concentra seus esforços em garantir a proteção de grupos vulneráveis e no fortalecimento da capacidade técnica local para lidar com o deslocamento forçado provocado pelo desastre climático.

A presença destes órgãos migratórios permanece estratégica, visto que o desastre climático provocou deslocamentos humanos forçados, exigindo protocolos de proteção específicos e apoio em saúde mental e prevenção de violências para as comunidades afetadas. Tanto Acnur quanto OIM têm equipes com experiência de atuação na área, visto que os órgãos tiveram ampla atuação nas enchentes do RIo Grande do Sul, em 2024.

Ampliando esta rede de parceiros da Cáritas, a Itaipu Binacional consolida sua presença no território fornecendo suporte técnico e logístico essencial para a reconstrução. Sua atuação está focada na disponibilização de recursos do Fundo de Auxílio Eventual (FAE) para a reorganização da agricultura familiar, além de apoio direto em combustível e na área da saúde, fortalecendo a capacidade de resposta integrada no município.

Cáritas, ACNUR e MDS debatem plano de ação. Foto- Cáritas-PR

O Desastre 

Os tornados que atingiram a região no dia 7 de novembro, classificados como F4 na escala Fujita, deixaram um rastro de destruição, com 90% dos imóveis de Rio Bonito do Iguaçu danificados, 7 óbitos e centenas de feridos. 

A atuação da Cáritas-PR está planejada para continuar ao longo dos próximos meses, assegurando que a reconstrução contemple não apenas estruturas físicas, mas o bem-estar integral das comunidades. Fonte: Cáritas

Cáritas Diocesana

Nesta quinta-feira (18), a secretária da Cáritas Diocesana, Suzete Orzechowski, esteve em Rio Bonito do Iguaçu acompanhada de assistentes sociais e de um psicólogo, onde participou de uma reunião com o padre Cristian Jardim para dar andamento às tratativas de uma ação voltada ao atendimento da população. Segundo Suzete, já foi definida uma sala para os atendimentos e dialogado sobre as primeiras necessidades a serem atendidas neste período de Natal, além dos encaminhamentos relacionados à folha-ponto e aos demais termos necessários para a condução das entregas e o cadastro das famílias que serão acompanhadas.

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