
A Quaresma é um período litúrgico marcado pela oração, pelo jejum e pela caridade, práticas que ajudam os cristãos a se aproximarem de Deus e dos irmãos mais necessitados. A Igreja orienta os fiéis a intensificarem esses exercícios espirituais como forma de preparação para a Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo.
Na noite desta sexta-feira, 28 de fevereiro, o bispo diocesano dom Amilton Manoel da Silva realizou pelas redes sociais uma Live com o tema “Quaresma e o Jubileu”.
O Ano Jubilar é tradicionalmente um tempo de indulgência e graça para a Igreja, mas sua ligação com a Quaresma vai além, tocando nos aspectos mais profundos da fé cristã. Em reflexão sobre esse tema, dom Amilton destacou que ambos os tempos litúrgicos estão interligados pela festa, pelo perdão e pela liberdade.
“O que o Ano Jubilar tem a ver com a Quaresma? O que tem a ver é a festa, e a festa da Páscoa é preparação para a Páscoa, a festa maior nossa. Cristo ressuscitou e nós ressuscitaremos. Senão, a nossa fé é vã, como lembra o apóstolo Paulo, não tem razão de ser”, afirmou o bispo.
Além do caráter festivo da ressurreição, o perdão também ocupa um lugar central na vivência quaresmal e jubilar. A prática do perdão – seja no cancelamento de dívidas, na reconciliação com o próximo ou na busca pelo sacramento da confissão – é essencial para a renovação espiritual. “Quaresma é o tempo de exercitar-se para o perdão e buscar no sacramento da confissão o perdão de Deus”, destacou dom Amilton.
Outro ponto fundamental é a liberdade, que, no contexto bíblico, se reflete na libertação dos escravos e no descanso da terra, elementos essenciais da tradição jubilar.
Por fim, dom Amilton reforçou que tanto a Quaresma quanto o Ano Jubilar são um convite à reconciliação e renovação, em diversas dimensões: “A dimensão do descanso, da liberdade, da reconciliação, da renovação da vida, da terra, do ar, tudo isso tem a ver com a Quaresma: reconciliação comigo mesmo, com Deus, com o outro, com o mundo, com o planeta, já que tudo está interligado. Tudo ganha vida nova se eu cuidar, se eu proteger”.
Dessa forma, a vivência da Quaresma no contexto do Ano Jubilar se torna ainda mais significativa, um tempo de conversão e graça, preparando os fiéis para a grande festa da Ressurreição e para a renovação da fé e da criação.
O início da quaresma
A Quarta-feira de Cinzas marca o início da Quaresma, um período que prepara os fiéis para a celebração da Páscoa. Neste dia, católicos ao redor do mundo participam das celebrações litúrgicas, nas quais recebem a imposição das cinzas na testa, acompanhada de um chamado à conversão: “Convertei-vos e crede no Evangelho”.
As cinzas utilizadas na celebração são obtidas a partir da queima dos ramos abençoados no Domingo de Ramos do ano anterior. Esse gesto simboliza a efemeridade da vida terrena e a necessidade de uma mudança interior. Ao receber as cinzas, os fiéis são convidados a refletir sobre a fragilidade humana e a importância de buscar a santidade por meio da conversão, da oração e da caridade.
A Quarta-feira de Cinzas e a Campanha da Fraternidade
No Brasil, a Quarta-feira de Cinzas também marca o lançamento da Campanha da Fraternidade, promovida anualmente pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A campanha propõe uma reflexão sobre temas sociais e convida os cristãos a assumirem compromissos concretos em favor da fraternidade e da justiça.