
Ontem (10) terceiro dia da Assembleia dos Bispos do Paraná, que acontece em Arapongas (PR), diocese de Apucarana (PR), o episcopado deu início, efetivamente, aos assuntos propostos na pauta.
O dia iniciou com a celebração Eucarística, presidida pelo bispo de Guarapuava (PR) e vice-presidente do Regional, dom Amilton Manoel da Silva; ladeado pelo bispo de Paranavaí (PR) e secretário do Regional, dom Mário Spaki; e pelo bispo de Cornélio Procópio (PR), dom Marcos José dos Santos.
Fazendo referência ao Evangelho do dia, que relata como as pessoas “imediatamente reconheceram Jesus” ao vê-lo chegar em Genesaré, dom Amilton destacou que os bispos, como pastores da Igreja, têm a missão de conduzir o povo ao encontro com Cristo, ajudando-os a reconhecê-Lo em sua caminhada de fé.
“Peçamos hoje, por intercessão de Santa Escolástica, que saibamos reconhecer Jesus todos os dias, em todos os momentos. Sobretudo, naqueles mais difíceis, em que precisamos estar diante do Cristo Sacramentado, pedindo luzes e discernimento para algumas decisões. Que o Senhor nos ajude nesse desafio no cotidiano da vida cristã e do nosso ministério pastoral”, afirmou o bispo.
Principais assuntos em pauta no 3º dia da Assembleia
Quatro assuntos da pauta foram destaque no período da manhã: a leitura do relatório sobre as atividades do Regional nos últimos seis meses; a apresentação de uma pesquisa, realizada pela Organização dos Seminários e Institutos do Brasil (OSIB), sobre os seminários e cursos de Teologia no Paraná; o Jubileu 2025 – “Peregrinos de Esperança”; e o Turismo Religioso.
Os resultados da pesquisa realizada pela OSIB foram apresentados ao episcopado pelo presidente da organização no Paraná, padre Sandro Ferreira. Entre os resultados obtidos, o padre destacou
o aumento do número de seminaristas nos últimos 2 anos, após a pandemia. “Percebemos que 60% dos jovens que entram têm entre 17 e 23 anos. Mas há também um aumento significativo das chamadas vocações adultas, ou seja, aquelas pessoas que têm mais de 28 anos e decidem fazer um processo de discernimento vocacional nos seminários”.
Segundo ele, esse último dado, constitui um desafio para a Igreja. “Não é a mesma coisa estar no seminário propedêutico um jovem de 18 anos e um jovem de 40 ou 35 anos. Essa pesquisa nos ajuda a elaborar estratégias para pensar como podemos atender aos vocacionados, nas diversas faixas etárias, e nos desafios que eles trazem”, afirmou o padre.
Sobre o tema do Jubileu 2025, o bispo de Palmas-Francisco Beltrão, dom Edgar Xavier Ertl, relatou que os bispos realizaram uma partilha sobre as atividades já realizadas e as que estão sendo programadas nas dioceses. “Destacam-se romarias diocesanas, eventos, sobretudo, na área da espiritualidade, a valorização do Sacramento da Reconciliação. Também foram destacadas algumas atividades com os leigos nas diversas situações da vida das pessoas. Então, o Jubileu está acontecendo nas dioceses e isso é muito significativo”, disse o bispo.
Presença do secretário de Turismo do Estado do Paraná
Encerrando a pauta da manhã, os bispos discutiram o tema do turismo religioso e tiveram a oportunidade de dialogar com o secretário de Turismo do Estado do Paraná, o deputado estadual Márcio Nunes. Durante o encontro, o secretário apresentou as iniciativas desenvolvidas pelo Estado para fortalecer e valorizar o turismo, destacando o segmento religioso. Ele ressaltou a importância da parceria com a Igreja Católica para impulsionar essa modalidade de turismo, promovendo a fé e a cultura local.
O bispo de Umuarama (PR) e referencial para a Pastoral do Turismo no Paraná, dom João Mamede Filho, ressaltou que o interesse do Estado em fortalecer o turismo religioso é promover mais empregos e eventos de maior alcance. “Ele clareou para nós que o Estado se interessa pelo turismo, porque turismo significa aumento do número de empregos. Por causa disso, o Estado se interessa por todo tipo de turismo, inclusive o religioso”.
Dom Mamede ressaltou que o Estado pode contribuir para a expansão dos eventos religiosos, ajudando-os a ganhar maior visibilidade. “Se um evento já é conhecido regionalmente, que seja conhecido estadualmente. Se já é conhecido no Estado, que seja conhecido nacionalmente. Se já é conhecido nacionalmente, que seja conhecido mundialmente”, afirmou. O bispo destacou ainda que esse apoio se reflete em investimentos do Governo, como a sinalização das rodovias para indicar locais sagrados, como os santuários.
Na parte da tarde, os bispos voltaram sua atenção às questões administrativas e financeiras do Regional, com a apresentação da prestação de contas e o diálogo sobre novos encaminhamentos para a gestão. O dia de trabalho foi concluído com a oração das Vésperas, seguida de um momento de fraternidade durante o jantar.
Hoje 11 de fevereiro, está previsto em pauta: a Missão São Paulo VI, que a Igreja do Paraná mantém no país da Guiné-Bissau, África; a organização da Assembleia do Povo de Deus, a ser realizada no próximo mês de setembro; a relação da Igreja com os políticos; e a vida consagrada religiosa.
Karina de Carvalho Nadal – Jornalista da CNBB Sul 2