Uma onda laranja vai invadir o litoral do Paraná, é a 21ª edição da missão Jesus no Litoral, de 27 de dezembro de 2024 à 05 de janeiro de 2025.
Ana Rita Rocha, que até o final deste ano está na coordenação do Ministério Jovem da Renovação Carismática Católica (RCC), da Diocese de Guarapuava e que também serve no Grupo de Oração Jovem Imaculado Coração de Maria (GOJ), da Paróquia Bom Jesus, contou um pouco sobre essa missão.
Segundo Ana Rita é uma missão que acontece há 21 anos e tem o intuito de levar o amor e a palavra de Deus para as pessoas. Ela acontece com os moradores e com os visitantes do litoral do Paraná.
“As missões se dão, o que a gente diz, missão porta-a-porta, onde os missionários vão fazer visitas nas casas. Claro que isso com a autorização daquela pessoa que vai receber na casa. Se ela deseja uma oração ou não, se deseja conversar ou não. Sempre respeitando porque o nosso objetivo é levar Jesus, mas a pessoa também precisa aceitar”, disse.
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Ana Rita contou que há também a missão na orla, nas areias da praia. “A gente faz também os atendimentos com as pessoas que estão ali tirando férias, mas que muitas vezes estão distantes de Deus há muito tempo. Então, nós temos a oportunidade de chegar para ela e falar: ‘Jesus te ama, Jesus quer te encontrar, Jesus está com saudade’. Aquilo que o Senhor vai nos colocando, a gente vai falando”.
Há também a oportunidade de as pessoas confessarem. “Tem sacerdotes que estão presentes na missão, mesmo ali na beira da praia. As vezes a pessoa faz muitos anos que não se confessa. A presença dos sacramentos também enriquece a missão”.
Ana Rita também contou que há um grupo que realiza atendimento para pessoas em situação de rua. “A gente arrecada roupas para eles, fazemos marmitas, vemos as demais necessidades que eles precisam ali. Sabemos que há um grande número no litoral de pessoas nessa situação, então, a gente também está ali para atender dessa forma”.
Ana Rita afirmou que os missionários precisam ter certa maturidade. “Dentro da Renovação Carismática existem critérios para a escolha desses missionários como a maturidade, o comprometimento, a obediência, a humildade, e ser uma pessoa realmente fiel a Deus, que é exemplo, porque estamos trabalhando com pessoas, muitas vezes com a tristeza, a dor daquela pessoa. Então a gente precisa ter muito discernimento para isso”.
Da diocese de Guarapuava oito jovens irão participar desta edição do Jesus no Litoral. “Estamos muito felizes de estar fazendo parte dessa missão mais uma vez. São jovens de diferentes grupos de oração inclusive de outros decanatos. É uma coisa que une muito, a gente volta da missão cheio, transbordando. Esse também é o objetivo: que a gente vá lá, viva, experimente, mas que também volte e derrame a graça aqui na nossa diocese. Isso é muito”, afirmou Ana Rita.
Para que tudo isso aconteça é necessário uma preparação também financeira. Cada missionário precisa pagar sua inscrição e há também a despesa com o ônibus. “Nós pegamos carona, digamos assim, com outra diocese, vamos juntos de ônibus pra Matinhos, que é a sede, o lugar onde os missionários são hospedados numa escola. Mas existe também toda a quilometragem com o ônibus no litoral. As vezes temos que ir para Paranaguá, para a Ilha do Mel, para Guaratuba. Tudo isso a gente acaba usando o mesmo ônibus. Tem as roupas que a gente faz doação para as pessoas em situação de rua, toalhas. Tudo isso gera um custo, então aqui na diocese o Ministério Jovem da RCC optou por fazer uma feijoada”, revelou Ana Rita. A feijoada foi feita no início do ano e com a receita foi possível pagar as inscrições.
“Nós estamos ainda levantando fundos por conta do ônibus, por conta dos alimentos que ainda faltam. E estamos correndo atrás, pedindo doações para que o missionário não precise tirar do bolso. A gente não quer que o missionário tenha essa preocupação”.
Ana Rita contou que os missionários tem no litoral também os seus momentos de espiritualidade, formação e descontração. “Quando chegam tem toda uma formação. Passam as informações para aqueles que, principalmente, estão indo pela primeira vez. Nós temos missa diária, confissões. Temos momentos de descanso, de interação com missionários de outras dioceses, também, caso necessário, atendimento médico. Há uma preocupação grande com a hidratação”.
Ana Rita disse que os alojamentos são separados. “A gente conhece as outras realidades. Nós ficamos em dormitórios juntos com outras pessoas. Claro, separando sempre homem e mulher. A gente fica com as meninas das outras dioceses. Então, essa troca é muito valiosa. É uma vivência fraterna, você conhece outro tipo de realidade. Você troca ideias. Isso é muito rico. Eu digo que a missão é maravilhosa quando você está lá evangelizando”.
Também os missionários contam com algumas tardes e noites livres. “É quando o missionário pode se recompor um pouquinho, se divertir também. Claro que sempre tudo muito monitorado, tudo muito saudável. A gente se diverte da melhor maneira, sem precisar estar bebendo, sem a necessidade de estar numa balada. Basta ter aquela vivência fraterna com os irmãos. Isso é muito rico também”, contou Ana Rita
Mas até mesmo nesses momentos de descontração a evangelização acontece. “Alguém puxa uma música ali, um louvor. Quando vê, tá todo mundo já sendo evangelizado. É muito lindo, quem está no litoral, quem já mora lá, espera pelos missionários. Eles ficam esperando que vá passar… A gente tem um bordão, tem as músicas que a gente vai cantando durante a missão, quando a gente sai nas ruas, as pessoas já conhecem. Então, a gente sempre fala: ‘um, dois, três, Jesus te ama!’. Às vezes nos prédios, a gente grita para as pessoas que estão lá e eles respondem”.
Para quem está ou for passar férias no litoral poderá ver, presenciar os ‘laranjinhas’ nas ruas, na orla. “A cor dos missionários é o laranja, já para ser destacado. Tire uma foto, comente, chegue junto”, convida Ana Rita.