
Nascida da dor partilhada e da fé que sustenta o povo mesmo nos momentos mais difíceis, a 4ª Festa da Unidade ganhou um novo significado após os tornados que atingiram a Diocese de Guarapuava no dia 7 de novembro, afetando comunidades rurais de Guarapuava e Turvo e causando destruição severa em Rio Bonito do Iguaçu. Assim, neste ano, o encontro assumiu o nome de Celebração da Unidade e da Solidariedade, refletindo o coração de uma Igreja que chora junto, reza junto e caminha junto.
A celebração aconteceu no sábado, 29 de novembro, na Cidade dos Lagos, em Guarapuava. Logo cedo, às 8h, as caravanas das paróquias foram acolhidas nas imediações do lago próximo ao shopping. Ali, num clima de fraternidade e comunhão, realizou-se um minuto de silêncio pelas vítimas fatais e por todos os que sofreram perdas materiais e emocionais com os tornados. Em seguida, com bandeirinhas verdes nas mãos, estandartes das paróquias e as cruzes jubilares, todos seguiram em peregrinação rumo ao Centro de Eventos.

Ao chegarem ao local, a primeira atividade foi conduzida pelo bispo diocesano, Dom Amilton Manoel da Silva, que ofereceu uma reflexão profunda sobre os acontecimentos do dia 7 de novembro e sobre o sentido cristão da esperança diante da dor.
Na sequência, ganhou destaque o caminho percorrido pela diocese durante o Ano Jubilar da Esperança: as peregrinações aos santuários e igrejas jubilares dos quatro decanatos, além dos testemunhos emocionados de quem percorreu esse caminho e de quem acolheu os peregrinos ao longo do ano.

Outro momento marcante da manhã foi a dinâmica das cruzes, quando as quatro cruzes jubilares passaram por sobre a assembleia, recordando que a fé sustenta e abraça o povo nas horas de provação. Uma encenação realizada pelos ‘Amigos do Sorriso” preparou para o momento. Na sequência, durante a Adoração ao Santíssimo Sacramento, familiares das vítimas do tornado foram convidados a segurar as cruzes jubilares diante do altar, num gesto silencioso e profundo que expressou a fé que permanece firme mesmo na dor e a certeza cristã de que a esperança não decepciona.

No intervalo, as paróquias organizaram um almoço partilhado, mantendo viva a tradição de fraternidade que caracteriza a vida diocesana.
A programação da tarde teve início com um momento mariano conduzido pelas crianças, que, com simplicidade e devoção, ajudaram a comunidade a voltar o olhar para Nossa Senhora.

Após esse breve e significativo momento, a programação voltou-se ao Ano Jubilar dos 60 anos da Instalação da Diocese de Guarapuava, em continuidade ao caminho vivido pela manhã, quando o foco esteve no Jubileu da Esperança. Nesse segundo momento, os fiéis foram convidados a mergulhar na memória e na identidade diocesana, com a apresentação da história da Diocese e a divulgação oficial do logotipo e do Hino do Jubileu. A arte oficial do Jubileu foi desenvolvida por Léo Rodrigues, enquanto o Hino do Jubileu — expressão musical da fé e da caminhada diocesana — foi composto pelo seminarista Fabiano Bonifácio, da etapa da Filosofia.

Em seguida, o padre Christian Jardim, pároco da Paróquia Santo Antônio de Pádua, de Rio Bonito do Iguaçu, juntamente com moradores da cidade, partilharam testemunhos fortes sobre as consequências do tornado e o caminho de reconstrução iniciado pela comunidade. Foram relatos marcados pela fé e por uma sincera gratidão diante da fraternidade manifestada por toda a Igreja, que se fez próxima de muitas maneiras — com ajuda material, apoio espiritual e presença constante. A comunidade expressou ainda profundo agradecimento aos trabalhadores de diversas áreas, como saúde, segurança e aos inúmeros voluntários que atuaram no socorro às famílias, reconhecendo neles sinais concretos da solidariedade que sustentou a todos e renovou a confiança e a esperança.

Às 14h45, teve início a Santa Missa, durante a qual foram instituídos 48 catequistas no Ministério de Catequista — um por paróquia da diocese. Ao final da celebração, foi entregue aos decanos a imagem de Nossa Senhora de Belém, que peregrinará pelos decanatos Centro, Pinhão, Pitanga e Laranjeiras, celebrando o Jubileu dos 60 anos da diocese.

Encerrando o dia, ficou no coração dos fiéis a certeza de que a Diocese de Guarapuava segue unida na fé, firme na esperança e fortalecida na caridade. A Celebração da Unidade e da Solidariedade tornou-se um testemunho vivo de que, mesmo em meio às provações, a graça de Deus conduz, sustenta e renova o caminho do povo que Ele reúne.
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