
De 17 a 19 de outubro, o Serviço de Animação Vocacional e Pastoral Vocacional (SAV-PV) da CNBB Regional Sul 2 realizou mais uma etapa da Escola para Acompanhadores Vocacionais, reunindo 39 participantes e três membros da comissão organizadora. O encontro teve início na noite da sexta-feira (17) e se encerrou ao meio-dia do domingo (19), marcando o terceiro módulo da formação, que trouxe como tema: “O acompanhamento comunitário e de grupo nos encontros vocacionais.”
A assessoria foi conduzida pela Irmã Sílvia Maia, da Congregação das Irmãs da Copiosa Redenção (CR), que desenvolveu um conteúdo prático e reflexivo sobre o papel dos acompanhadores vocacionais nas comunidades e nos grupos de discernimento.
A Escola para Acompanhadores Vocacionais busca formar agentes, religiosos e sacerdotes capazes de acompanhar vocações de forma humana, espiritual e comunitária. Entre os participantes, o Frei Luan Carlos Viegas, da Congregação dos Oblatos de São José, que atualmente reside em São Paulo, destacou o caráter singular da proposta: “É uma escola diferente de outras, que visa formar acompanhadores vocacionais. E diferente também dessas outras, ela tem uma forma de lidar com a formação — de não somente apresentar conteúdos, mas também favorecer e oferecer acompanhamento a quem participa da escola.”

Frei Luan também destacou a riqueza dos temas abordados e a aplicabilidade prática do módulo: “Todos os módulos foram muito marcantes. Este, em especial, porque nos apresenta modelos práticos para atuarmos de forma concreta no nosso trabalho vocacional. Os anteriores já haviam nos ajudado a perceber melhor as nuances que o acompanhamento vocacional exige e necessita hoje.”
A Irmã Maria de Fátima dos Santos, da Diocese de União da Vitória, partilhou como o aprendizado tem contribuído para o trabalho pastoral e nas congregações: “A escola está sendo bastante ampla, desde os primeiros módulos até agora. Estamos aprendendo a estar mais próximos da juventude e dos acompanhamentos vocacionais, aplicando tudo isso dentro da CRB e das congregações. A cada etapa, ampliamos nossos conhecimentos e aprofundamos a prática do acompanhamento vocacional.”
Também participante do curso, Edicleia de Brito, da Diocese de Umuarama, afirmou que o conteúdo deste módulo foi fundamental para a prática pastoral: “Foi de grande importância porque a Irmã Sílvia nos ensinou todo o processo de montar retiros vocacionais, desde a acolhida dos jovens, o olhar individual sobre cada um, até o modo de conduzir os encontros e acompanhar os vocacionados. Está sendo maravilhoso todo esse aprendizado, que depois colocaremos em prática.”
Escuta e discernimento: desafios e esperanças da missão vocacional
A assessora do módulo, Irmã Sílvia Maia, explicou que o encontro buscou oferecer uma visão integral do acompanhamento vocacional: “Refletimos sobre o acompanhamento dos grupos, comunidades e encontros vocacionais. A grande questão é entender que não devemos nos focar apenas nos encontros, mas também em como essas pessoas lideram, guiam e acolhem aqueles que estão em busca de sua vocação. Conciliar tudo isso é o grande foco da Escola Vocacional.”
Ela também destacou os desafios atuais do acompanhamento vocacional, especialmente diante do contexto social e cultural contemporâneo: “O maior desafio é compreender o contexto do vocacionado e lidar com nossa própria personalidade no processo de discernimento. Vivemos em uma sociedade muito influenciada pela mídia e pelas redes sociais, e isso afeta profundamente os jovens. Ajudar alguém a encontrar sua vocação é uma tarefa exigente, mas muito bela, porque é colaborar com Deus na realização da Sua vontade.”

Um olhar para o futuro
O padre Matheus Kurta, membro da equipe do SAV/PV no Paraná, destacou que este terceiro módulo encerra o primeiro ano de atividades da Escola e prepara o caminho para novas etapas em 2026: “Neste terceiro módulo, concluímos o primeiro ano da Escola Vocacional. Desde o início, trabalhamos temas essenciais como a antropologia da vocação e o amadurecimento vocacional na idade juvenil. Agora, com a Irmã Sílvia, encerramos esta primeira fase voltada ao público jovem e ao despertar vocacional.”
O sacerdote adiantou que o segundo ano da Escola, que ocorrerá em 2026, terá como foco as vocações adultas, uma demanda cada vez mais presente nas dioceses: “Para o próximo ano, teremos ainda três módulos, completando o ciclo de dois anos de formação. O olhar será voltado à vocação adulta, um pedido também dos nossos bispos, pela crescente presença de adultos que buscam discernir um chamado de Deus. Vamos aprofundar metodologias e dinâmicas próprias para este acompanhamento, tanto de jovens quanto de adultos, até concluirmos este itinerário formativo que nasceu com um novo formato para formadores e acompanhadores vocacionais.”
A Escola para Acompanhadores Vocacionais é um projeto de comunhão entre dioceses e congregações religiosas, que busca fortalecer a cultura vocacional. Por meio dessa formação continuada, o SAV/PV Regional Sul 2 reafirma o compromisso de preparar acompanhadores que escutam, acolhem e caminham com os vocacionados, ajudando cada pessoa a descobrir e responder ao chamado de Deus.