
No final da tarde deste sábado, 20 de setembro, o último painel da Conversa Sinodal foi conduzido por dom Bruno Elizeu Versari, bispo de Ponta Grossa e presidente da Comissão Episcopal para a Vida e a Família da CNBB. O encontro abordou um tema sensível e atual na vida da Igreja: a proposta pastoral de acompanhamento a casais em nova união, à luz do capítulo oitavo da exortação apostólica Amoris Laetitia, do Papa Francisco.
Dom Bruno explicou que sua reflexão está “ligada ao capítulo oitavo do documento Amoris Laetitia”, que trata sobre o caminho de discernimento e integração das famílias que vivem em nova união. “Por alguma situação, aquele casamento que não deu certo ficou para trás e agora constitui uma nova família e esta nova família quer viver dentro da comunidade, quer viver a sua fé, sendo acolhida pela Igreja paroquial”, destacou o bispo.
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A proposta apresentada está contida no subsídio preparado pela Comissão Vida e Família da CNBB: “Itinerário para casais em nova união”, do qual todos os participantes receberam um exemplar. Trata-se de um itinerário de acolhida formado por quatro ciclos, cada um com oito encontros, em sintonia com o processo de Iniciação à Vida Cristã. “Os primeiros oito encontros são ligados ao itinerário que nós falamos no querigma”, explicou dom Bruno, ressaltando que esse percurso ajuda os casais a redescobrirem a fé e se reintegrarem na vida comunitária.
Outro ponto importante é a orientação para aqueles que têm possibilidade de recorrer ao Tribunal Eclesiástico, a fim de verificar a nulidade matrimonial. “Alguns vão para o tribunal e ali vou propor um caminho de como fazer o processo para o itinerário do matrimônio, e outros vão se inserir na comunidade porque o tribunal não atendeu talvez à sua expectativa”, disse.
Dom Bruno reforçou que a presença e a participação da Pastoral Familiar e dos movimentos eclesiais são fundamentais para que o itinerário seja bem-sucedido. “Para o itinerário para casais em nova união acontecer, ele precisa fundamentalmente de outros casais, casais da Pastoral Familiar, casais dos movimentos, casais que se propõem ou que se dispõem a ajudar outros casais, para ser esse braço da Igreja que acolhe, muitos às vezes até feridos por sua história, mas a Igreja quer acolher, quer acolher.”

O bispo concluiu destacando o caráter personalizado desse processo de integração. “Depois desse primeiro encontro, surge o itinerário, que é um casal acompanhando outro casal. Precisamos entender que cada casal vive uma situação diferente e deve ser tratado diante da situação que ele vive”, enfatizou.
Texto: Jorge Teles – Jornalista Diocese de Guarapuava
Fotos: Alice Oliveira – Arquidiocese de Cascavel