
A Polícia Civil de Guarapuava confirmou na manhã desta sexta-feira, 31 de outubro, a recuperação dos objetos furtados do Santuário de Schoenstatt, ocorrido no dia 2 de outubro. Entre os itens levados estavam um ostensório e uma âmbula com hóstias consagradas.
A autora do furto, uma mulher de 47 anos, foi identificada e conduzida à Delegacia de Polícia, após uma operação realizada pela Seção de Furtos da 14ª Subdivisão Policial. Segundo informações divulgadas pela Rádio Cultura, a mulher apontou o local, um vaso, onde havia enterrado os objetos e alegou que sua intenção era vender os materiais para quitar dívidas pessoais. Ela também afirmou não ter utilizado o que foi objeto do furto em rituais e declarou à polícia sofrer de problemas psicológicos.
Imagens das câmeras de segurança do santuário mostraram, no dia do furto, o momento em que a mulher entrou no local pela manhã, deslocou uma câmera de segurança com uma cadeira e retirou os objetos sagrados do altar, saindo logo em seguida com os itens enrolados em uma capa de chuva amarela.
O episódio gerou profunda comoção na comunidade, especialmente por envolver a profanação das hóstias consagradas, gesto que fere a fé e o culto da Igreja. Na ocasião a Diocese de Guarapuava publicou uma nota oficial de repúdio e reparação, ressaltando o valor da Eucaristia e convidando os fiéis a unirem-se em oração e desagravo. “Diante da profanação ocorrida, pedimos que toda a comunidade se una em oração, manifestando fé e amor a Jesus Eucarístico”, dizia a nota divulgada pela Diocese no início do mês.
De acordo com a Rádio Cultura, os objetos furtados foram recuperados pela polícia e permanecem sob custódia até a conclusão do procedimento legal. A devolução ao Santuário deverá ocorrer nos próximos dias, após as formalidades judiciais.
O bispo diocesano, Dom Amilton Manoel da Silva, afirmou que aguarda com profunda comoção a devolução dos objetos litúrgicos, sublinhando que, após a entrega, eles serão cuidadosamente avaliados por ele e pelas Irmãs de Schoenstatt. Segundo o bispo, caso apresentem condições adequadas, os objetos serão “consagrados”a fim de que possam voltar ao uso. “Se não for possível, serão guardados com todo respeito e zelo, conforme orienta a tradição da Igreja para os objetos sagrados que deixam de ser utilizados”, destacou Dom Amilton.
Em relação às hóstias consagradas levadas no furto, Dom Amilton voltou a expressar profunda dor e reverência, recordando que nelas está verdadeiramente presente o Corpo de Cristo. “O furto das hóstias consagradas é motivo de grande sofrimento para a Igreja, pois é uma ofensa direta ao próprio Senhor presente na Eucaristia. Por isso, este momento deve nos levar à oração reafirmando o amor e o respeito ao Santíssimo Sacramento”, afirmou o bispo.
Quanto a autora, que de acordo com a reportagem da Rádio Cultura afirmou a polícia ter problemas psicológicos Dom Amilton disse: “Como Igreja, olhamos este fato com dor e rezamos não apenas pela reparação da profanação cometida, mas também por esta mulher, para que encontre cura e reconciliação”.
Dom Amilton reconheceu o trabalho da Polícia: “Agradecemos à Polícia pela dedicação e pela agilidade na condução das investigações. O trabalho sério das autoridades é um serviço precioso em favor da verdade e do bem da comunidade.”
Dom Amilton ainda pediu que os fiéis se unam em oração e confiança, para que o episódio doloroso se torne um tempo de conversão e fortalecimento da fé eucarística.
A polícia segue apurando os desdobramentos do caso para definir as medidas cabíveis.
 
				





