
Nesta segunda-feira, 14 de abril, a Diocese de Guarapuava realizou, na Casa de Formação Nossa Senhora de Guadalupe (Casa de Líderes), a primeira assembleia com entidades sociais e assistenciais com CNPJ católico. O encontro reuniu representantes de cerca de 16 instituições, incluindo colaboradores, assistentes sociais, voluntários e vereadores.

A iniciativa, inédita na diocese, teve como objetivo proporcionar um espaço de comunhão, partilha de experiências e fortalecimento institucional entre as entidades ligadas à ação social da Igreja.
O bispo diocesano, Dom Amilton Manoel da Silva, destacou a importância do momento. “Conseguimos reunir representantes de várias entidades, tanto de Guarapuava quanto de outras cidades da diocese. Foi um momento de partilha muito importante. Pudemos conhecer um pouco da história de cada entidade, seus objetivos, ações atuais e projetos futuros”, afirmou.
Dom Amilton também valorizou a contribuição das profissionais de assistência social presentes. “Elas trouxeram luzes e orientações, especialmente às entidades que estão iniciando, que ainda não têm estatuto consolidado ou não sabem como buscar recursos para atender seu público em situação de vulnerabilidade”, explicou o bispo.
A assembleia contou ainda com a presença de oito vereadores — cinco do município de Guarapuava e três de outras cidades. Segundo Dom Amilton, a participação dos legisladores foi fundamental. “Eles apontaram caminhos, orientaram as entidades sobre como acessar o poder público, propor emendas e projetos que favoreçam o trabalho social nas comunidades. Foi uma assembleia muito boa, avaliada como positiva por todos. Muitos saíram com ideias novas, motivados a continuar”, declarou.

O bispo concluiu destacando o espírito de esperança e compromisso das entidades participantes: “Mesmo diante de tantas dificuldades, ninguém está parado ou pensando em fechar as portas. Pelo contrário, todas estão sonhando em ampliar os atendimentos e beneficiar ainda mais pessoas. Isso é a vivência concreta da caridade cristã: ver Cristo no rosto dos que sofrem e ajudá-lo a ressuscitar. Essa é a grande mensagem da Páscoa”.
Entre os vereadores presentes estava Professor Pablo, da Câmara Municipal de Guarapuava, que elogiou a iniciativa da Diocese. “A proposta de Dom Amilton de reunir lideranças das entidades sociais foi extremamente importante. São instituições que funcionam como um braço forte do poder público. Os representantes puderam apresentar suas dificuldades, e nós, enquanto legisladores, colocamo-nos à disposição para colaborar com essa missão da Igreja e da sociedade”, disse.
Pablo ressaltou ainda a relevância social dessas organizações: “Essas entidades são fundamentais. Estão na ponta, atendendo quem mais precisa. Por isso, o poder público precisa estar junto, criando políticas públicas e investindo nelas”.

A vereadora Janice Couto, de Laranjeiras do Sul, também participou da assembleia e reconheceu o valor da escuta promovida pelo encontro. “Muitas vezes, nós vereadores não temos total conhecimento das necessidades das entidades. Aqui, conseguimos ouvir tanto a Igreja quanto quem está na linha de frente, atendendo o povo. Essa troca de experiências é essencial para levar ideias para os demais municípios da diocese e mostrar que é possível o legislativo caminhar junto”, afirmou.
A assistente social Daiane Dutra, da Fundação Social e Cultural de Guarapuava, destacou os desafios enfrentados pelas entidades diante do cenário econômico atual. “O aumento das situações de vulnerabilidade social tem levado a uma procura cada vez maior pelos serviços oferecidos pelas entidades. Isso eleva os custos de manutenção, tanto para manter a equipe técnica quanto para oferecer os serviços”, explicou.
Segundo Daiane, a captação de recursos tem se tornado um dos maiores obstáculos. “Buscar recursos livres, que não sejam engessados, é o maior desafio. Muitos editais são restritivos e não contemplam despesas essenciais como pagamento de funcionários, que são a base do atendimento direto à população. As entidades atuam em diversas frentes — infância, juventude, pessoas em situação de rua, idosos, mulheres — e precisam de apoio constante para manter seus serviços funcionando”, concluiu.

A assembleia deve ter continuidade em novos encontros, conforme adiantou Dom Amilton. “Foram muitos os pedidos para que momentos como este se repitam. E vamos atender. Essa comunhão entre Igreja, sociedade civil e poder público só fortalece a missão da caridade e da promoção da dignidade humana”, finalizou o bispo.