Na noite desta terça-feira (15), a Catedral Nossa Senhora de Belém, em Guarapuava, ficou repleta de fiéis, padres, diáconos, seminaristas, religiosos e lideranças leigas para a solene Missa do Crisma.
Presidida pelo bispo diocesano, Dom Amilton Manoel da Silva, e concelebrada pelo bispo emérito Dom Wagner e pelo clero da Diocese, a celebração marcou a renovação das promessas sacerdotais e a bênção dos Santos Óleos.

Durante a acolhida, Dom Amilton saudou calorosamente todos os presentes e destacou o significado da unidade eclesial. “A vocês, particularmente, que aqui estão representando as 48 paróquias da nossa Diocese, com suas mais de mil comunidades, onde nossos queridos sacerdotes se dedicam com tanto amor, esta Missa da Unidade nos leva a refletir sobre o valor profundo dessa palavra. Falando de um caminho sinodal, o Papa Francisco nos alerta, desde 2021, para que fiquemos atentos a não quebrar a unidade que Cristo selou com sua Igreja pela sua morte na cruz. Sejamos promotores da comunhão entre nós, testemunhando a alegria de sermos Igreja em todos os lugares.”
Na homilia, Dom Amilton dirigiu-se de maneira especial aos sacerdotes. “Quem é o padre? Atrevo-me a defini-lo, em consonância com este Ano Jubilar, como o ‘servidor da esperança’. A esperança é a convicção de algo que se espera. Como sinônimo de confiança, ela está centrada na vida eterna, expressando a vida de fé à qual o padre se entrega no seu ministério.”
O bispo também refletiu sobre a fragilidade humana no exercício da vocação sacerdotal. “Somos frágeis e, às vezes, caímos. Mas para transbordarmos no poder do Espírito Santo, é preciso manter-se na intimidade com o Senhor. Jesus nos chamou à oração e à vigilância para que as colunas sacerdotais não desmoronem.”

Dom Amilton apontou três pilares fundamentais para o ministério do sacerdote: os sacramentos, a Palavra e a caridade. “Celebrar com amor e apaixonamento a Eucaristia e os sacramentos é tornar visível o amor incomensurável de Deus. Na Palavra, o anúncio deve alcançar todas as realidades: no diálogo pessoal, no acompanhamento, na homilia. E, por fim, a caridade: estar com quem sofre, com os pobres e vulneráveis. O padre torna-se assim presença do Bom Pastor que dá a vida por suas ovelhas.”
Outro ponto ressaltado pelo bispo foi a importância da gratidão no ministério. “Não percam o dom da gratidão. São João Maria Vianney a chamava de ‘arma poderosa’ para manter viva a esperança, sobretudo nos momentos de solidão, desânimo e provações. A gratidão liberta o coração e permite o crescimento humano e espiritual. Ela é um estilo de vida que reveste o ministro ordenado de segurança.”
Após a homilia, os sacerdotes acenderam velas no Círio Pascal e, voltados para o bispo, renovaram suas promessas sacerdotais. Nesse momento, Dom Amilton pediu aos fiéis que continuem rezando por seus padres e por seu bispo.
Durante a celebração, foram abençoados os Óleos dos Enfermos e dos Catecúmenos, além da solene consagração do Santo Crisma. O Óleo dos Enfermos é utilizado no Sacramento da Unção, como sinal de consolo, força e cura. Já o Óleo dos Catecúmenos destina-se aos que se preparam para o Batismo, representando purificação e disposição para acolher a fé. O Santo Crisma, consagrado com a adição de bálsamo perfumado, é usado nos sacramentos do Batismo, da Crisma, na Ordenação Presbiteral e Episcopal, expressando a plenitude do Espírito Santo.
A Missa do Crisma, também conhecida como Missa da Unidade, é celebrada tradicionalmente na Semana Santa, e manifesta de forma visível a comunhão da Igreja com seu pastor. Nesta noite, a Igreja Particular de Guarapuava testemunhou com fé e alegria a beleza desta unidade.