
Na manhã desta Quarta-feira de Cinzas, 5 de março, a Santa Missa das 9h, na Catedral Nossa Senhora de Belém, em Guarapuava, foi presidida por dom Jan Piotrowski (Dom João), bispo da Diocese de Kielce e presidente da Comissão de Cooperação Missionária da Polônia.
Ao lado de dom Amilton Manoel da Silva, bispo diocesano, e do padre Casimir (Casemiro), secretário da Conferência Episcopal Polonesa, dom João celebrou em espanhol, sendo que sua homilia foi traduzida simultâneamente por dom Amilton.

Disse Dom João: “Na primeira leitura, o profeta Joel pede que mudemos o nosso coração. Vocês sabem que essa mudança se chama conversão, mudança de vida é conversão, conversão é sempre uma decisão pessoal. A conversão exige oração, pois a oração é como a chave que abre e a chave que fecha o dia”.
A visita de Dom João ao Brasil ocorre em razão de sua missão como presidente da comissão. “Tenho o dever de visitar os missionários. Como os missionários poloneses atuam em 99 países, preciso ir ao encontro deles, saudar os bispos e pastores das dioceses onde estão presentes”, afirmou.
A viagem do bispo polonês ao Brasil terá a duração de duas semanas, período em que visitará os missionários em São Paulo, passando também pela Diocese de Guarapuava, local pelo qual demonstrou grande apreço.
O bispo diocesano de Guarapuava, Dom Amilton Manoel da Silva, informou que há seis missionários poloneses na diocese. “São seis missionários Fidei Donum, padres diocesanos missionários que vieram da Polônia e estão aqui servindo e nos ajudando. Além deles, há também padres poloneses pertencentes a congregações religiosas, como os da Sociedade de Cristo, que atuam em Quedas do Iguaçu. Em Pitanga, temos o padre Zdzislaw Nabialczyk, conhecido como padre Zedeze, que já está incardinado em nossa diocese. Ele nasceu justamente na Diocese de Kielce, onde Dom João é o bispo atual”, explicou Dom Amilton.
Após a passagem por Guarapuava, Dom João seguirá para Curitiba, Salvador (BA) e Brasília (DF), onde visitará sacerdotes idosos e enfermos.

Sobre a realidade vocacional na Polônia, o bispo reconheceu que, embora o número de vocações tenha diminuído, o país mantém um forte espírito missionário. “Temos uma escola de formação para padres que desejam servir em dioceses ao redor do mundo. Continuamos com esse compromisso missionário, mesmo com uma leve redução no número de vocações. Ainda assim, estamos abertos para colaborar com as igrejas de diversas partes do mundo onde somos chamados a atuar”, destacou.

Ao comparar a realidade pastoral entre Brasil e Polônia, Dom João ressaltou as diferenças estruturais e históricas entre as duas Igrejas. “Evidentemente, o que anunciamos na Polônia e no Brasil é o mesmo Cristo: ontem, hoje e sempre. No entanto, a prática pastoral pode ser diferente. A Igreja na Polônia tem mais de mil anos de história, com cerca de 10 mil paróquias. Na minha diocese, por exemplo, há 303 paróquias, o que facilita o cuidado pastoral. Já no Brasil, as paróquias são territorialmente muito extensas e contam com diversas capelas que precisam ser assistidas ao longo da semana, em dias santos e nos domingos. Mas isso não significa que existam igrejas diferentes na Polônia e no Brasil. O que há são igrejas que vivem sua missão de maneira adaptada às suas possibilidades, à sua história e à sua tradição. E é essa diversidade que forma a beleza da Igreja Católica”, concluiu.

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