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Romaria de Catequistas destaca centralidade de Jesus na Palavra de Deus vivida em comunidade

Por Luiz Lopes Jr / CNBB

A primeira Romaria Nacional de Catequistas foi concluída neste domingo, 1º de setembro, após três dias de celebrações e aprofundamentos sobre a iniciação à vida cristã com inspiração catecumenal. O arcebispo de Santa Maria (RS) e presidente da Comissão Episcopal para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leomar Antônio Brustolin, destacou a intenção de que as reflexões favoreçam uma catequese que anuncie Jesus Cristo e conduza as pessoas no caminho do discipulado.

“A Catequese se interessa por todos os temas. Ela quer levar as pessoas até o Reino de Deus, mas esse reino implica também um compromisso com a realidade ao nosso redor. Com esses temas, se pretende que a catequese seja mais querigmática, mais mistagógica, capaz de anunciar Jesus Cristo e conduzir pelos caminhos de Jesus todas as crianças, adultos, jovens e adolescentes. Há muita esperança com um grupo tão grande de catequistas refletindo junto e buscando o vínculo em comunidade e viver a Palavra de Deus. O Centro é Jesus: na Palavra de Deus vivida em comunidade”, afirmou.

O arcebispo de Teresina (PI) e membro da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB, dom Juarez Sousa, destacou o tema escolhido para a Romaria, inspirado na Profecia de Daniel – “Os que ensinam como estrelas brilharão” – como uma referência aos catequistas.

“Esse tema fala da importância do catequista como um vocacionado cuja raiz está no Batismo, no chamado especial de Deus para anunciar a Boa Nova no contexto de fortalecimento da catequese de inspiração catecumenal a serviço da iniciação à vida cristã. Porque os tempos e os desafios que nós enfrentamos requerem que haja uma catequese dessa forma para que possamos, pelo querigma e pela mistagogia, sempre ter uma fé convicta para dar resposta aos problemas do nosso tempo e para dar um sentido profundo à nossa vida e à vida das atuais e futuras gerações”, afirmou.

Iniciado no dia 30 de agosto e encerrado no domingo, 30 de setembro, o evento contou com conferências, partilhas de experiências e momentos de interação e de oração, como adoração ao Santíssimo Sacramento, leitura orante da Palavra de Deus, celebração penitencial e celebrações eucarísticas.

Conferências

Dom Leomar proferiu a conferência de abertura da Romaria, com o tema “Olhar a realidade e os sinais dos tempos”. Ele conduziu uma reflexão sobre os desafios e as oportunidades de evangelizar em um mundo em constante mudança.

O assessor da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB padre Wagner Francisco de Sousa Carvalho, tratou do “ABC da IVC”, um momento para refletir sobre os principais termos que são utilizados durante o processo de Iniciação à Vida Cristã. Segundo o padre, o objetivo foi “ajudar, tanto aqueles catequistas que já são experientes e atuantes há muitos anos, mas também aqueles iniciantes a se aproximarem desses termos para ajudar na ação catequética e pastoral”.

“Dessa forma, nós conseguimos refletir desde o que é iniciação – passando por seus tempos, suas etapas, os principais termos. Mas colocando-nos dentro dos desafios e oportunidades que, conhecendo bem esses termos, ajuda, qualifica melhor a ação da catequese”, explicou.

Tempos da Iniciação à Vida Cristã

As conferências seguintes trataram dos quatro tempos no processo de Iniciação à Vida Cristã de inspiração catecumenal: Querigma, Catecumenato, Purificação e Iluminação e Mistagogia.

Mariana Venâncio, também assessora da Comissão, falou sobre o Querigma, como “anúncio por excelência da fé cristã”. Ela abordou a importância de que os catequistas estejam com o anúncio do querigma em toda a ação catequética. 

Sobre o Catecumenato, a irmã Maria Aparecida Barboza ajudou nas reflexões, destacando essa etapa como um processo vital de iniciação à vida cristã. “No Catecumenato, se anuncia a fé e se celebra a fé. Esse aprofundamento da fé, além de manter o catequizando e as famílias encantadas por Jesus, também faz eles perceberem essa necessidade de ser pertença comunitária, pertença eclesial, para ser um novo missionário, para ser um novo discípulo de Jesus Cristo, fazendo a diferença no espaço onde se vive e testemunha essa fé”, disse.

Os secretários de Pastoral, padre Jânison de Sá, e de Campanhas da CNBB, padre Jean Poul Hansen, conduziram a conferência sobre a etapa da Purificação e iluminação, “um tempo de discernimento onde se realizam os escrutínios, onde se tem a eleição, a escolha do nome e é a preparação imediata aos sacramentos de iniciação à vida cristã”, como explicou padre Jânison.

Foto: Fernanda Minichello/Equipe de Comunicação da Romaria

Padre Jean Poul explicou que esse tempo “é a experiência quaresmal da iniciação à vida cristã”.

“Se o pré-catecumenato é tempo querigmático, evangelizador; e o catecumenato é o tempo do aprofundamento da fé; o tempo da purificação e iluminação – que coincide com a Quaresma – é o tempo do discernimento espiritual, do discernimento de quem quer acolher o sentido, a orientação, a visão de Jesus, mas – sobretudo – a vida nova que Ele nos oferece por meio dos sacramentos da iniciação à vida cristã. É um grande retiro espiritual de todos os iniciandos, orientado pela Palavra de Deus nos domingos da Quaresma”.

Foto: Fernanda Minichello/Equipe de Comunicação da Romaria

Já a etapa da mistagogia, foi apresentada pelo bispo auxiliar de Vitória (ES) e membro da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB, dom Andherson Franklin. Ele definiu a mistagogia “como tempo propício para mergulho no mistério celebrado nos sacramentos, mas como também um fio condutor que deve percorrer todas as etapas da iniciação à vida cristã”.

Foto: Fernanda Minichello/Equipe de Comunicação da Romaria

“Somos convidados a assumir, como ponto principal uma iniciação à vida cristã querigmática e mistagógica, oferecendo o primeiro anúncio no Evangelho e, ao mesmo tempo, convidando as pessoas a contemplarem o mistério do amor de Deus, configurando-nos a partir da comunidade como novos homens e mulheres”.

Dom Anderson sublinhou a experiência da mistagogia como espaço propício para que, aqueles que recebem os sacramentos, percebam-se como homens e mulheres novos, “chamados a uma conversão profunda, a uma configuração a Cristo e uma nova vivência testemunhando aquilo que receberam como discípulos missionários de Jesus Cristo”.

Mídias digitais e inteligência artificial

O jornalista Moisés Sbardelotto, mestre e doutor em Ciências da Comunicação, abordou o tema da comunicação na catequese, com a conferência “Catequese, cultura digital e inteligência artificial”. Sua proposta foi ajudar os participantes a entenderem “a comunicação da fé nessa cultura digital que nós vivemos hoje”.

Foto: Fernanda Minichello/Equipe de Comunicação da Romaria

Tendo o Papa Francisco como referência, Moisés recordou que a fonte da ação evangelizadora está justamente no encontro com a pessoa de Jesus Cristo. E a partir desse encontro há o transbordamento para os outros: “É um amor que vem de Deus, que nos preenche e a gente não consegue, digamos assim, conter essa comunicação”.

Sobre inteligência artificial, Moisés destacou que essa nova tecnologia “não deve nos assustar”, mas é preciso ter discernimento, capacidade crítica de reflexão e de uso das possibilidades que essa tecnologia oferece.

A Romaria de Catequistas foi encerrada com a Missa de abertura do Mês da Bíblia, no altar central da Basílica de Nossa Senhora Aparecida, presidida por dom Leomar Antônio Brustolin. No início da manhã, porém, houve a celebração de envio dos catequistas.

Confira fotos e vídeos no perfil do Instagram do evento. Acesse aqui.

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