A Liturgia repete, com certa insistência, que Deus prefere a misericórdia ao sacrifício. O que significa que Deus olha o essencial, a salvação, e não os atos externos de culto ou as declarações de boas intenções.
Na 1ª leitura (Os 6,3-6), o profeta Oseias põe em causa a sinceridade de uma comunidade que procura controlar e manipular Deus, mas não está verdadeiramente interessada em aderir, com um coração sincero e verdadeiro, à aliança. Os atos externos de culto, ainda que faustosos e magníficos, não significam nada, se não houver amor a Deus e ao próximo.
Na 2ª leitura (Rm 4,18-25), Paulo apresenta aos cristãos, quer aos que vêm do judaísmo, preocupados com o cumprimento da Lei de Moisés, quer aos que vêm do paganismo, a única coisa essencial: a fé. A figura de Abraão é exemplar. Aquilo que o tornou um modelo para todos não foram as obras que fez, mas a sua adesão total, incondicional e plena a Deus e aos seus projetos.
O Evangelho (Mt 9,9-13) nos apresenta uma catequese sobre a resposta que devemos dar ao Deus que chama todas as pessoas, sem exceção, pois aquele que não era bem visto pelos judeus, Jesus chamou para fazer parte do grupo dos doze. “Mateus, segue-me!”. O convite atraiu outros pecadores detestados pelos judeus, como os cobradores de impostos e pessoas de má fama, que se sentaram à mesa com Jesus. Esse gesto lembra acolhida, busca de conversão e vida nova. Afinal, o médico é chamado para curar enfermos ou as pessoas sadias? A resposta de Jesus leva-nos a pensar na nossa saúde humana e espiritual. A busca pela pessoa de Jesus Cristo nos torna mais humanos, o que torna possível crescer em santidade.
O sacrifício individual pode nos ajudar numa ascese espiritual, mas o Senhor quer que cresçamos com os irmãos, ou a partir deles: “Misericórdia eu quero e não sacrifício”.
Bom domingo!
Deus te abençoe.