Membros de Conselho Missionário Paroquial, Diocesano e Provincial (COMIPA, COMIDI e COMIPRO) e pessoas envolvidas com a dimensão missionária na Igreja do Paraná, estiveram reunidos no último final de semana, 6 e 7 de maio, no Congresso Missionário Regional. Realizado no Centro San Juan Diego, em Guarapuava (PR), o evento reuniu 66 pessoas, representando 16 arqui/dioceses do Paraná. Na organização das atividades esteve o coordenador do Conselho Missionário Regional (COMIRE), Donizeti Duarte, e na assessoria, o secretário nacional da Pontifícia União Missionária, padre Antônio Niemec.
Durante os dois dias, o grupo teve momentos aprofundamento sobre a dimensão missionária na Igreja, partilhas missionárias e muita oração. Um dos objetivos do congresso foi a preparação para o 5º Congresso Missionário Nacional, que acontecerá em Manaus (AM) nos dias 10 a 15 de novembro de 2023.
Uma missa na manhã do sábado, dia 6, presidida pelo padre Rubens Lopes Coelho, da diocese de Jacarezinho (PR), marcou a abertura do Congresso. Em sua homilia, ele enfatizou o que já disse várias vezes o Papa Francisco, sobre a necessidade de ser uma Igreja em saída para anunciar o Evangelho. O padre também questionou os participantes sobre o conhecimento que tem de Jesus: “Conhecer pode ser que o conheçamos, mas será que, de fato, estamos com Ele na missão?”.
Após a missa, o casal, Marcia do Rocio Pereira Vitória e Persio Pereira Vitória, partilhou sobre a vivência missionária que tiveram em Quebo, na Guiné-Bissau, África, onde permaneceram por quatro anos, sendo o segundo casal reitor na Missão São Paulo VI.
Em seguida, o assessor, padre Antônio, começou a abordar o tema da Missão, destacando que ele faz parte da identidade da Igreja. “Todo cristão, pelo Batismo, se torna missionário. Por meio do Batismo somos inseridos no chamado de Deus para cada um de nós, esse chamado é ser missionário”, disse o padre. Ele também recordou que a Missão é de Deus e que todos são colaboradores de Deus, na luz do Espírito Santo.
O segundo testemunho foi apresentado pelo Missionário Xaveriano, padre Michel Luciano Augustinho da Rocha, que viveu 12 anos no Japão. Ele falou sobre as dificuldades de viver em um país de língua e cultura diferentes. E destacou que sua força e ânimo vinham de Jesus, que veio ao mundo como peregrino.
Após o almoço, o grupo escutou mais um testemunho missionário. O assessor diocesano da Infância e Adolescência Missionária (IAM) de Guarapuava (PR), padre Crispin Luhinzo Mugalihya, natural da República Democrática do Congo, relatou sobre o sofrimento que o povo africano passa, desde o levantar até o deitar. Contou que eles são ensinados pelos pais, desde criança, a nunca pedir ajuda ao cair, mas a levantar-se sozinhos. Esse é um dos ensinamentos que recebem ao longo da vida e que torna o povo africano muito forte.
Dando continuidade ao tema, padre Antônio falou sobre a necessidade de fortalecer a dimensão missionária nas paróquias e comunidades, implantando o COMIPA. “A igreja universal está presente em cada igreja local. A Igreja universal se encarna nas Igrejas particulares, ou seja, nas dioceses”, disse ele.
Padre Antônio também apresentou ao grupo as estatísticas que o Vaticano divulga no Dia Mundial das Missões, no mês de outubro. Segundo elas, ainda hoje, mais de 70% da população do mundo não ouviu falar de Jesus Cristo. “Então, como é que essas pessoas vão chegar ao conhecimento de que já foram salvas, se ninguém nem falou para elas sobre isso: Eis a responsabilidade da Igreja, pois Jesus nos pediu para anunciar o Evangelho, fazer com que todos se tornem discípulos, por meio do Batismo. Essa é a nossa missão de cristãos: ir ao encontro dos outros”, disse ele.
No domingo, dia 7, o grupo iniciou as atividades com a oração das Laudes. Em seguida, o secretário executivo da CNBB Sul 2, padre Valdecir Badzinski, deu uma palavra aos participantes. Ele falou que o Sínodo sobre a Sinodalidade trouxe um novo jeito de ser, mas não como novidade, e sim como prolongamento missionário. A partir disso, questionou: “Como vamos trabalhar a missão a partir do Sínodo?”. O padre também incentivou o grupo a se fazer próximo dos missionários que vivem na Missão São Paulo VI, em Quebo, na Guiné-Bissau, recordando-os que a Igreja do Paraná está com eles e que podem contar com as orações.
A missa de encerramento, às 11h, foi presidida pelo padre Crispim. Em sua homilia, ele falou da importância de confiar em Deus, acima de tudo, para o trabalho missionário. Fazendo referência ao Evangelho do dia, ele destacou que o chamado à missão precisa ter um Caminho, uma Verdade e uma Vida, que é Jesus.
Para Donizeti, a avaliação do congresso foi muito positiva, pois proporcionou o despertar missionário. “Acredito que alcançamos o objetivo, possibilitando um impulso missionário nas dioceses do Paraná. Ser Igreja é sair ao encontro dos irmãos, em missão. Jesus, quando veio ao mundo, saia, ia de porta em porta, de aldeia em aldeia, visitando, curando as pessoas, libertando do mal e devolvendo a dignidade a quem estava marginalizado”, disse ele.
Para Márcio Castilho, vice-coordenador do COMIDI de Maringá (PR), foi um momento para mergulhar na essência do que é ser Igreja, para aprofundar a dimensão missionária. “É uma dimensão que transcende os tempos, as épocas, pois iniciou com os apóstolos, que foram os primeiros enviados. Nesse congresso, tivemos a a oportunidade de ouvir sobre o itinerário que a Igreja tem realizado. Eu levo pra mim uma experiência de troca de conhecimento e de envolvimento. Foi também uma oportunidade de conhecer melhor o trabalho da Igreja no continente Africano, por meio dos testemunhos missionários. Levo o ardor missionpario para buscar, por meio dos nossos organismos, do nosso trabalho conjunto, o fomento e o fortalecimento do despertar missionário em nossas comunidades”, disse ele.
Fotos: Marcio Castilho – Arquidiocese de Maringá (PR)