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Realizado anualmente no Rio de Janeiro desde 1990, o Curso para os Bispos reúne membros do episcopado para estudo, reflexão e convivência, a partir da abordagem de temas que auxiliam na compreensão do presente e na missão de guiar o povo de Deus.
O bispo da Diocese de Guarapuava, Dom Amilton Manoel da Silva, destacou que o curso foi iniciado por Dom Eugênio Sales e seus auxiliares da época. “O objetivo deste curso foi aprofundar temas da atualidade que, há 34 anos, eram bastante contundentes no contexto social e eclesial. O primeiro palestrante foi o então Cardeal Joseph Ratzinger, que mais tarde se tornou o Papa Bento XVI. Isso marcou historicamente o primeiro Curso para os Bispos”, afirmou Dom Amilton.
O curso aconteceu entre os dias 27 e 31 de janeiro, no Centro de Estudos e Formação do Sumaré, com o tema “O Kerigma e os desafios pastorais como fonte de esperança”. Ao longo do evento, foram realizadas 11 conferências sobre diferentes temas.
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Temas relevantes e alinhamento com o pontificado
Segundo Dom Amilton, os temas abordados no curso são sempre atuais e relevantes para a missão episcopal.
“Isso favorece os bispos no retorno às suas dioceses. Os temas estão sempre alinhados ao pontificado do Papa Francisco, às diretrizes gerais da CNBB e aos desafios pastorais do momento”, explicou.
Na edição deste ano, o Kerigma e os impactos do Censo Demográfico de 2022 na dimensão religiosa foram os temas centrais. Embora os dados completos sobre religião ainda não tenham sido divulgados, Felipe Feijó, coordenador de área do IBGE, apresentou algumas tendências na conferência “O Atlas Religioso do Brasil: uma leitura a partir do Censo Demográfico 2022”.
“Posso adiantar que não houve queda expressiva no número de católicos, tampouco um crescimento significativo dos evangélicos. No entanto, cresce o número dos chamados ‘desigrejados’ ou ‘desinstitucionalizados’, assim como as expressões religiosas afrodescendentes”, relatou Dom Amilton.
Convivência e fraternidade episcopal
Além do aprofundamento teológico e pastoral, o curso proporciona um ambiente propício para a convivência fraterna entre os bispos, especialmente por ocorrer no final de janeiro, período em que muitos encerram as férias.
“Temos diversos momentos de convivência e troca de experiências. Esse curso representa o que o Papa Francisco chama de cultura do encontro. É uma oportunidade de refletir sobre temas da atualidade, mas também de partilhar a vida e a realidade pastoral de cada diocese de forma fraterna”, disse Dom Amilton.
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Ele destacou que, diferente da Assembleia Geral da CNBB, realizada em Aparecida (SP) com uma agenda intensa e regulada por estatuto, o Curso para os Bispos permite uma abordagem mais flexível e leve.
Esta foi a segunda participação de Dom Amilton no evento. O bispo afirmou que a experiência superou a do ano anterior.
“O curso de 2023 foi muito bom, mas este ano superou as expectativas. Saio muito feliz, foi um momento de enriquecimento pessoal e fortalecimento da missão. Já me programei para estar presente novamente em 2026”, concluiu.
Participação paranaense
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Nesta edição, o evento reuniu 84 bispos de diversas regiões do Brasil. Do Paraná, além de Dom Amilton, participaram outros oito bispos:
- Dom Geremias Steinmetz, arcebispo de Londrina;
- Dom Mário Spaki, bispo de Paranavaí;
- Dom José Mário Scalon Angonese, arcebispo de Cascavel;
- Dom Carlos José de Oliveira, bispo de Apucarana;
- Dom Marcos José dos Santos, bispo de Cornélio Procópio;
- Dom Walter Jorge Pinto, bispo de União da Vitória;
- Dom João Mamede Filho, bispo de Umuarama;
- Dom Sergio de Deus Borges, bispo de Foz do Iguaçu.
Programa Diálogo dos Bispos
Durante o curso a Rede Vida de Televisão apresentou o programa “Diálogo dos Bispos”, com Dom Gilson Andrade atualmente bispo da diocese de Nova Iguaçu, Rio de Janeiro e com o arcebispo da arquidiocese de São Paulo Cardeal Odilo Pedro Scherer.
O programa conduzido pela jornalista Natália Trote, teve um tom informal como uma verdadeira roda de conversa, favorecendo a partilha da experiência dos temas abordados na 34º curso dos bispos no Rio de Janeiro – RJ
Uma resposta
Nosso bispo é um exemplo de aprofundamento na vocação