Enquanto alguns jovens da diocese estarão retornando do litoral, outros iniciarão visitas missionárias no interior. No mesmo dia em que termina a Missão Jesus no Litoral inicia a Missão Diocesana Juvenil (MDJ).
Começa no próximo dia 5 de janeiro a 20ª edição da Missão Diocesana Juvenil (MDJ). Desta vez será o município de Santa Maria do Oeste, situado no decanato Pitanga, com seus 9.934 habitantes, segundo dados do IBGE (2022), que receberá jovens missionários de toda a diocese.
“Estamos animados e empolgados para a próxima edição da MDJ. É um projeto de missão para os jovens da nossa diocese. São jovens engajados na caminhada da Igreja realizando um trabalho de evangelização, saindo da sua paróquia, visitando outras pessoas, outras realidades”, contou o padre Felipe Madureira, coordenador da Comissão para a Animação da Juventude na diocese de Guarapuava.
A missão terá 8 dias de duração, de 5 à 12 de janeiro de 2025. “Os jovens serão divididos em grupos e irão para os setores missionários, na área urbana e rural. Cada setor missionário terá aproximadamente entre 8 e 12 jovens” disse o padre.
Além das visitas missionárias os jovens partilham a vida, a realidade missionária, aquilo que eles encontraram nas casas. As atividades missionárias são preparadas com a comunidade.
O coordenador da comissão também contou que para esta etapa 208 jovens se inscreveram, porém, nem todos irão participar. “Primeiramente porque há alguns critérios para participação na MDJ. O jovem tem que ser engajado, participar na sua comunidade, ser um jovem crismado, ter entre 16 e 30 anos de idade, e ser indicado pelo pároco de sua paróquia. Desses 208 nós esperamos aproximadamente 150 jovens, porque, muitas vezes, chegando próximo da missão acabam não conseguindo participar por atividades e compromissos pessoais”.
No primeiro dia da missão, pela manhã, acontecerá a celebração de acolhida presidida pelo bispo diocesano dom Amilton Manoel da Silva. “Ele vai fazer uma catequese para os jovens. Após o almoço teremos a divisão dos grupos por setores. Durante a semana acontecerão as visitas, encontros com a comunidade e no domingo (12) o encerramento da MDJ”.
Sobre as visitas missionárias padre Felipe disse que elas acontecem em duplas de jovens ou, em alguns casos, em trios. “Eles vão nas casas, batem nas portas, em algumas casas são recebidos, em outras casas não. Onde são acolhidos eles fazem um momento oracional com a família, aspergem água benta, que foi abençoada na missa de envio, partilham com a família um pouco da palavra de Deus e aí conversam, dialogam e seguem para a próxima casa. As visitas contemplam todas as residências da comunidade, tanto na área urbana quanto nas comunidades rurais”.
Na cidade onde acontece a MDJ os jovens ficam alojados em escolas ou salões paroquiais, de modo que a comunidade que vai receber a missão tem todo um cuidado com a logística de alojamento, chuveiros, banheiros, espaço para alimentação, para orações, partilhas e reuniões.
Além disso a comunidade também providencia o que for necessário para locomoção dos missionários. “Os jovens são levados para o seu setor com ônibus, vans, ou carros, disponibilizados pela comunidade. Porém, chegando no local, durante a missão a comunidade não acompanha. A caminhada do jovem é feita a pé, de casa em casa. Nas comunidades rurais as casas são mais afastadas umas das outras, mas mesmo assim o jovem vai fazendo seu percurso a pé porque é o momento de partilhar com o seu colega de missão, para com a experiência do outro também crescer na fé”.
Há uma grande estrutura para que a MDJ aconteça. “Desde a organização dos materiais de missão que são levados pelos jovens, como os folders, o material que vai ser colocado na porta das casas que recebem a visita, materiais para os jovens usarem, como cola, papel, cartolina para as dinâmicas nos encontros com as comunidades e as camisetas que identificam os missionários.
Quem custeia a maior parte disso é a diocese e é claro, contando também com valores do dízimo. A paróquia de Santa Maria do Oeste providencia a alimentação, o transporte na cidade e outros itens necessários para que a missão ocorra”.
Os frutos da missão
Padre Felipe disse que quando termina a MDJ os jovens retornam para suas casas, para suas paróquias de origem muito empolgados pela experiência que fizeram, tanto na relação de contato com os outros jovens que ficam no seu grupo, como pelas realidades encontradas, pela maneira como foram recebidos nas casas. “Isso tudo transforma a vida do jovem. Ele vai para evangelizar, mas no fundo ele sai evangelizado pela experiência de acolhida que recebe nas famílias.”
Padre Felipe disse que acredita muito no trabalho da MDJ. “É uma missão que realmente exige do jovem. Ele sai da sua comunidade e vai para um outro lugar, então obrigatoriamente precisa sair de si mesmo, sair da sua comunidade, da sua comodidade. Isso faz com que o jovem realmente tenha uma experiência grandiosa de encontro com Deus na relação com as outras pessoas”.
Ainda segundo o sacerdote há jovens que participaram mais de uma vez da missão. “Deixam de participar por motivos de idade, porque casaram, ou outras questões, mas os que podem participar ficam ansiosos esperando o próximo ano”.
Padre Felipe revelou que a MDJ marcou sua história. “Eu fui participar da missão antes de entrar no seminário e isso foi motivador para que eu desse continuidade ao meu discernimento vocacional. Então muitos jovens também têm essa experiência de sentir-se chamados por Deus para uma vida sacerdotal ou uma vida religiosa a partir da própria missão, como já tivemos vários casos. Então vejo que é um projeto muito frutífero dentro da nossa diocese.” finalizou.
Preparando as malas
Criseli Matias, coordenadora da Pastoral da Juventude na diocese, pode ser considerada veterana de MDJ. Participou 8 vezes como missionária e duas como coordenadora geral. “As expectativas para a 20ª edição da MDJ são muito grandes, estamos ansiosos para realizar mais uma etapa de missão com tantos jovens cheios de fé e amor e dispostos a evangelizar tantas famílias na paróquia Imaculada Conceição de Maria, em Santa Maria do Oeste”.
Ela disse que todos estão animados com a movimentação da paróquia para receber a missão e com a animação dos jovens em participar da MDJ. “É com o coração alegre e com muito carinho que estamos preparando tudo para que a missão aconteça da melhor forma possível e conforme a vontade de Deus”.
Das dez edições que participou, Criseli disse que em cada uma cresceu na fé e na caminhada na Igreja. “Mas uma das coisas que me marcou, em todas as etapas da missão, é do quanto a presença da juventude missionária reanima as comunidades. São muitos os testemunhos de fortalecimento das comunidades após a missão, mas o que mais marca é ver os jovens, das comunidades em que a missão passou, participando das outras etapas da missão e dando continuidade na evangelização também na sua comunidade. Nesses anos de caminhada encontro jovens, que foram visitados por mim ou por outros missionários, tão engajados e gratos por conhecerem esse projeto de evangelização”, concluiu.
O jovem Odair Antonio Rodrigues Neto, da paróquia São Pedro Apóstolo, de Nova Tebas, vai participar pela primeira vez. “Estou bastante animado, ansioso para a missão, pois eu tenho vários amigos que já foram e elogiaram muito da missão, falaram que é muito legal, uma experiência muito boa. Espero conhecer bastante pessoas, fazer amizades em Cristo e também me aproximar ainda mais de Jesus com esta missã. Quero estar fortalecendo ainda mais a minha intimidade com Deus. Essa é a minha expectativa para MDJ”, disse.
Mayara Teixeira Esser, da mesma paróquia, disse que as expectativas são as melhores possíveis. “Estou muito animada com a missão, ainda mais por ser a minha primeira vez, eu já cheguei a participar de algumas missões paroquiais, mas nenhuma em âmbitol diocesano, então passar uma semana fora, em missão, em oração, acredito que vai ser algo muito especial. Eu já ouvi muito o pessoal que foi, falar sobre o quanto é legal, especial e importante fazer parte dessa missão.”
Novas amizades e aprendizados também estão nas expectativas de Mayara. “Pelos testemunhos que ouvimos, imagino que deva ser muito gratificante sair em missão e ver em cada pessoa que recebe a visita, um olhar de gratidão, para muitas pessoas essa visita é o que faz com que retornem à Igreja, é algo que os ajuda a revigorar a sua fé. Então eu espero sim fazer uma boa missão, levar a palavra e o amor de Deus para o máximo de pessoas possíveis, que seja uma missão abençoada e muito especial com a graça de Deus e a intercessão de Maria.”